Categoria não aceitou proposta do governo, feita em reunião na manhã de hoje
Fonte: Site Correio do Povo - 11 de maio de 2012.
Após reunião com o governo do Estado, ocorrida na manhã desta quinta-feira em Porto Alegre, os servidores da Saúde estudam paralisar as atividades. A categoria não aceitou o reajuste de 9% linear a partir de julho, proposto pela secretária da Administração e dos Recursos Humanos, Stela Farias. O secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, também participou da negociação. Caso seja decretada, a greve pode prejudicar a campanha de vacinação contra a gripe nas cidades gaúchas.
“Vamos esperar um novo encontro e marcar uma assembleia para votar o indicativo de greve, caso a proposta não seja maior”, disse o presidente do Sindicato dos Técnicos-Científicos (Sintergs), Lucídio Ávila. Atualmente o salário de nível superior é de R$ 2.724 e o de nível médio, R$ 592,40.
Mais de cem servidores fizeram um ato em frente ao Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), onde ocorreu o encontro. A reivindicação deles é um aumento de, no mínimo, 24% para quem tem curso superior e 29% para ensino médio, que seria a perda com a inflação desde 2009. “A categoria está muito mal, ganhando muito pouco. Estamos mobilizados e dispostos a paralisar. A greve pode criar um caos para a sociedade”, avaliou Ávila.
O governo também ofereceu o pagamento de 50% para dedicação exclusiva imediatamente, 75% em janeiro de 2013 e 100% em 2014, mas a classe pede que os servidores passem a receber, de forma imediata, 100% do adicional, além da incorporação aos vencimentos da integralidade do abono.
“O governo considera que avançou significativamente, porque a proposta anterior era de reajuste de 6,08% e passou para 9%, que é nosso limite. Podemos ser mais flexíveis na redução do tempo de pagamento do abono por exclusividade”, observou o secretário executivo do Comitê de Diálogo Permanente (Codipe), Ramiro Passos. “Reconhecemos que os servidores tiveram perdas com a inflação desde governos anteriores, mas não adianta atender toda a reivindicação e não conseguir pagar”, salientou.
“Estamos recebendo abaixo do mínimo estadual e do federal”, ressaltou a presidente do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente no Estado do Rio Grande do Sul (Sindissama), Márcia Elisa Trindade, que participou do ato em frente ao Caff. Os manifestantes também fizeram apitaço e estenderam faixas diante de quem entrava no prédio. “Estamos pagando para trabalhar”, disse Márcia.