Fonte: Site SIMERS - 03 de maio de 2012.
Os médicos municipalizados que atuam nos postos e nas demais unidades ligadas ao município de Porto Alegre (prontos-atendimentos e hospitais - HPS e HMIPV) fazem, nesta quinta (3), um dia de paralisação. A categoria, que soma 173 profissionais em atuação na Capital, com grande número de especialistas em diversas áreas, cobra a isonomia na carreira em relação aos colegas do quadro municipal.
Eles se concentrarão às 10h em frente ao Museu de História da Medicina (MUHM), na Avenida Independência, 280 (prédio histórico do Beneficência Portuguesa). No final da manhã, seguirão em passeata até a sede da prefeitura (Praça Montevidéu), onde entregarão um documento com reivindicações. A mobilização foi decidida na noite de 23 de abril, na sede do Sindicato Médico do RS (SIMERS).
Segundo a diretora do Sindicato, Clarissa Bassin, há grande descontentamento dos profissionais, que foram desvalorizados na implantação da municipalização do SUS, ocorrida nos anos de 1990. "São problemas que nunca foram sanados e que se arrastam há anos. Hoje esta situação gera diferenças sobre remuneração, jornada e até condições de trabalho que são injustas já que todos atuam na assistência à população", ressalta Clarissa.
As mudanças na carreira dos médicos do município em 2011, com a conquista do cargo de especialista médico e da jornada de 20 horas, ampliaram o fosso entre os dois segmentos. O SIMERS busca desde 2011 uma negociação com as secretarias Estadual e Municipal da Saúde, mas não foi possível até hoje uma solução. As conversações ocorrem diretamente com os secretários - Ciro Simoni (Estado) e Carlos Henrique Casartelli (ex-secretário municipal) e agora com Marcelo Bósio.
A mais recente proposta de Simoni prevê que o Estado remeta à Assembleia Legislativa um projeto de lei para unificação do cargo de médico estadual em um só. Hoje são três denominações - técnico científico, extra-numerário e especialista em saúde. "Isso também muita confusão, pois há condições diferentes entre os três", explica a dirigente. Mas o mais importante será vencer as dificuldades no funcionamento dia a dia, na relação com o município.