Fonte: ABRASUS - 04 de julho de 2012.
A Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus), integrante do Movimento Saúde Rio Grande, participou do ato público que culminou na entrega, ao governador Tarso Genro, de 300 mil assinaturas exigindo a aplicação de 12% das receitas tributárias do Estado na Saúde. Atualmente, o Piratini investe 6,3% (o menor índice entre todos os entes da federação).
Tarso enfatizou o aumento de 400 milhões de reais no investimento anual neste setor, mas voltou a afirmar que só atingirá o índice preconizado pela Emenda Constitucional 29 em seu último ano de gestão. “As entidades receberão uma resposta formal do governo acerca disso”, assegurou.
O secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, defendeu a posição de Tarso. “O orçamento gaúcho para a pasta cresceu 50% nos últimos dois anos, e isso mostra nossa boa-vontade”, afirmou. “Abriremos o diálogo entre as Secretarias de Fazenda e Planejamento com o movimento, e queremos ajuda no sentido de ampliarmos os repasses federais também. Reiteramos o compromisso de alcançarmos o mínimo em 2014”.
Durante a manhã, o auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, superlotou com cerca de 750 pessoas, vindas em caravanas do interior, para o ato público exigindo o repasse adequado de verbas. Os representantes da Abrasus, Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), OAB/RS e das demais entidades formadoras do movimento manifestaram-se um a um, juntamente com os deputados Darcísio Perondi (PMDB-federal), Pedro Westphalen (PP) e Miki Breier (PSB).
“Em nome dos sete milhões de usuários do SUS, exigimos que a lei seja cumprida já”, protestou Terezinha Borges, da Abrasus. “Temos percorrido hospitais, pronto-atendimentos e postos de saúde e nos deparamos com estruturas precárias, esperas imensas, falta de médicos e profissionais esgotados”.
“O que é mais importante? Verbas para pagamento de dívidas do Estado com a União ou salvar o povo que morre esperando atendimento?” questionou o presidente da OAB/RS, Cláudio Lamachia. “Não queremos a precarização das relações de trabalho, profissionais mal remunerados, a revolta nas emergências e o crescente endividamento dos hospitais”, disse Julio Matos, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS.