Fonte: ABRASUS - 1º de agosto de 2012.
A vice-presidente da Abrasus e presidente da Sociedade de Apoio ao Doente Mental, Carmen Lia Marino, enviou a todos os deputados estaduais gaúchos uma carta com críticas aos rumos da Reforma Psiquiátrica no Rio Grande do Sul. A rede assistencial, substitutiva aos leitos psiquiátricos, nunca se tornou uma realidade o que se vê hoje são pacientes sem referências para o atendimento. Confira na íntegra o documento.
" A REFORMA PSIQUIÁTRICA
O ex-deputado Marcos Rolim levantou uma grande polêmica quando declarou a imprensa que não tinham razão, quando criaram a Lei 9716/92, da Reforma Psiquiátrica porque, na realidade, a procura por internação não diminuiu. O que está acontecendo é a recusa de internação, devido a falta de leitos para tratamento do doente mental, uma vez que a Lei proíbe.
Estamos longe de pensar que algo melhorou, que houve benefícios para os portadores de distúrbios mentais. Na verdade, não houve progresso algum e sim retrocesso, porque além de não cumprirem com o prometido, conforme o art. 2º, que seria a criação de vários serviços assistenciais, ainda teve o descumprimento do art. 15. Este artigo registra que após cinco anos de implementação da Lei, ela seria reavaliada quanto aos rumos e ritmo de implantação.
Já se passaram vinte anos e nada foi feito. Onde estão os serviços ambulatoriais, para o atendimento integral aos pacientes, com equipes multiprofissionais qualificadas? Quando irão incluir a saúde mental no programa de saúde da família? A abertura de leitos em hospitais gerais e a necessária mudança da lei, autorizando a criação de vagas em hospitais psiquiátricos, quando irá ocorrer?
A população deve pensar nisto com atenção e responsabilidade.
Carmen Lia Silveira Marino "