Fonte: ABRASUS - 03 de agosto de 2012.
Em julho a presidente e a integrante da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (ABRASUS), Terezinha Alves Borges e Aline Prado, estiveram no Hospital Nossa Senhora da Conceição com o objetivo de escutar dos Usuários do Sistema de Saúde (SUS) quais as dificuldades enfrentadas para conseguir atendimento, exames e novos agendamentos.
Um dos casos é o da recicladora Lizete Terezinha da Silva, que acompanhava a mãe Nerli Apolo da Silva, de 63 anos, com problema de coluna e hérnia. Elas haviam feito uma peregrinação antes de chegar no HNSC. Moradoras de Cachoeirinha buscaram atendimento durante 4 dias. Passaram pelos Hospitais: Padre Jeremias em Cachoeirinha, Nossa Senhora das Graças em Canoas, e Dom João Becker em Gravataí.
A procura por atendimento iniciou no sábado e não satisfeitas, na terça-feira, resolveram procurar a emergência do Hospital Conceição em Porto Alegre. Conforme Lizete, receberam a ficha verde, aguardaram das 8h às 10h e fizeram vários exames. Segundo Lizete, embora o Hospital Conceição esteja sempre lotado, foi o melhor acolhimento que tiveram desde que a mãe dela adoeceu.
Outro caso registrado pelas representantes da ABRASUS foi o de Leni Martin Radtke, 54 anos, moradora de Candelária a 198 km de Porto Alegre. Leni já fez cirurgia na Casa de Saúde e ficou internada no mês de maio na instituição mas continua realizando exames de rotina. Conforme a comerciante, que sofre de problemas no fígado, o que mais deixou indignada, é a situação pela qual passam quando ficam na emergência aguardando leito. “É uma humilhação. È gente morrendo do teu lado, é uma mutilação. A alimentação também é precária. Não tem frutas, por exemplo”, disse.
Para as representantes da ABRASUS, estes são pequenos exemplos colhidos enquanto aguardavam a liberação da assessoria de comunicação do hospital para visitar a emergência. Ficou acertado que em outro momento a Associação fará esta inspeção. De acordo com a presidente Terezinha, os relatos não são muito diferentes de outros já escutados, o que mudam são as pessoas e as doenças. “Temos percorrido os postos de saúde e hospitais, não somente da capital, estamos indo para a região metropolitana e o que vemos cada vez mais é esta situação de calamidade. São pessoas aguardando por horas por uma consulta, dificuldades para conseguir exames e os espaços que as abrigam não condizem com a qualidade que o governo diz empregar na saúde”, argumentou.