Um grande impeditivo ao acolhimento do morador de rua pelo SUS é o preconceito
Fonte: Site Zero Hora - 5 de maio de 2011.
A alta incidência de tuberculose entre pessoas que vivem nas ruas dos grandes centros urbanos é o foco da Oficina Regional Sul de Tuberculose e População em Situação de Rua, que está sendo realizada entre esta quinta, 6, e sexta-feira, 7, na capital gaúcha.
Estudos realizados no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre apontaram taxas de incidência de tuberculose de 1.576 casos por 100 mil habitantes a 2.750/100 mil entre pessoas que vivem nas ruas. Na população geral, a taxa é de 38 por 100 mil habitantes. Isso significa que a incidência de casos de tuberculose na população de rua pode ser até 70 vezes maior em relação à média nacional.
Outro estudo realizado recentemente detectou taxa incidência de 1.839 casos por 100 mil entre moradores da cidade do Rio de Janeiro. Tomando por base a taxa da população geral (38/100 mil), o dado representa incidência 48 vezes maior do que a média no país.
Um dos problemas relacionados ao atendimento do morador de rua nos serviços de saúde é o preconceito, grande impeditivo ao seu acolhimento no SUS. Por isso a necessidade de articular nos municípios os serviços de saúde e assistência social para lidar com essa demanda. Quando superado esse obstáculo, o desafio é assegurar o cumprimento do tratamento de forma adequada por pessoas que vivem em condições de pobreza extrema.
Diante desse cenário, o objetivo da oficina é mobilizar gestores e sociedade civil para a criação de um fluxo de trabalho que reduza os obstáculos existentes no atendimento prestado a esta população no Sistema Único de Saúde (SUS).
Redução
O Brasil reduziu de 73.673 para 70.601 o número de casos novos de tuberculose entre 2008 e 2010 — o que representa 3 mil casos novos a menos no período. Com a redução, a taxa de incidência (número de pacientes por 100 mil habitantes) baixou de 38,82 para 37,99. São números positivos, mas que ainda fazem da tuberculose um dos principais problemas de saúde pública do Brasil, exigindo esforços para acelerar a diminuição do número de novos casos.