segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Entidades protocolam Adin contra Imesf

Fonte:  ABRASUS - 19 de dezembro de 2011.

A Associação Brasileira em defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus), Central Única dos Trabalhadores do RS, Sindicato dos Municipários, Sindisprev-RS e outras 13 entidades protocolaram, na manhã de hoje (16), a Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a implantação do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família (Imesf) em Porto Alegre.


A advogada Raquel Paese registrou o documento gestado pelo Fórum em Defesa do SUS nos últimos meses. A Adin questiona a validade da Lei 11.062/11, cujo texto cria uma fundação pública de direito privado para abarcar trabalhadores na Saúde, algo que dependeria de lei complementar nacional, inexistente. Mesmo que houvesse tal lei, segundo o entendimento das entidades, a área da Saúde não pode estar submetida à fundação de direito privado, só público. Outro ponto questionado é a mudança do regime dos seus servidores para celetista, em vez de estatutário. 


“Cerca de 30 postos da ESF não têm médico na equipe, mas o Instituto é uma procura de solução que repudiamos por contrariar princípios do SUS, retirando do Estado parte de sua responsabilidade constitucional”, afirma a presidente da Abrasus, Teresinha Borges. “O Imesf representa a privatização do setor e não resolverá os problemas, como a falta de médicos”, aposta Paulo Humberto Gomes da Silva, presidente do Conselho Estadual de Saúde.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Abrasus promove alerta contra câncer de mama

Fonte:  ABRASUS - 15 de dezembro de 2011.

Foi com testemunhos cheios de esperança e encorajadores que a palestra sobre “Câncer de Mama: Prevenção, Tratamentos e Depoimentos” emocionou as dezenas de mulheres que compareceram ao auditório da Abrasus, na tarde do dia 15. A insistência na realização do auto-exame preventivo, a importância da procura de segundas opiniões acerca dos diagnósticos, e o compartilhamento de experiências que ajudam os outros foram questões enfatizadas pelo Grupo da Mama Conceição e o mastologista Andrei Gustavo Reginatto.


O médico esclareceu diversas perguntas das espectadoras, desmistificando a doença, esclarecendo boatos, tratando com delicadeza o tema que exigia este tratamento. “A idade avançada, história familiar, não ter filhos ou ter engravidado pela primeira vez depois dos 35 anos são fatores de risco”, contou. “Cisto e lipoma, contudo, não podem virar tumores, fiquem tranquilas”.


A presidente do Grupo da Mama Conceição, Flávia Nunes, contou seu caso de luta e vitória sobre a enfermidade. “Retirei a mama direita e fiz cirurgia para implante de prótese de silicone pelo SUS, uma conquista de nossa organização. Não senti nada na quimioterapia e radioterapia, pois cada organismo reage de forma diferente”, disse. “Não há nada mais gratificante do que contar o que passei para ajudar uma pessoa”. Na oportunidade, ela mostrou às mulheres como se realiza o auto-exame, utilizando-se de uma prótese de laboratório. “Nódulo nem sempre é câncer, pode ser tumor benigno. É um alerta”.


Edi Teresinha de Araújo, 76 anos, também venceu a neoplasia mais comum nas gaúchas. “Detectei pelo auto-exame, procurei o Hospital Conceição, fui operada para retirar o tumor e estou curada. Sofri muito, tive medo, mas agora estou aqui para andar junto com vocês”, disse.

 

A presidente da Abrasus, Teresinha Borges, avaliou bem o resultado da atividade de encerramento do 2° Ciclo de Palestras: “Gostei da espontaneidade das declarações, do interesse demonstrado pela platéia, foi diferente”.

Acesso a medicamentos gratuitos cresceu 318% no Rio Grande do Sul, de janeiro a novembro

Número de diabéticos e hipertensos beneficiados no Estado passou de 78,5 mil em janeiro para 328,4 mil em novembro

Fonte:  Site Zero Hora - 15 de dezembro de 2011.

O programa do governo federal Saúde Não Tem Preço, que oferece gratuitamente 11 medicamentos para hipertensão e diabetes, ampliou em 318% o acesso ao tratamento dessas doenças no Rio Grande do Sul. São cerca de 2,3 mil drogarias credenciadas ao programa do Ministério da Saúde no Estado. O número de pacientes atendidos saltou de 78.593, em janeiro, para 328.415, em novembro. Em todo o país, a quantidade de beneficiados aumentou 264% no mesmo período.

No Rio Grande do Sul, a quantidade mensal de diabéticos beneficiados pelo programa cresceu 323% — pulou de 18.802, em janeiro, para 79.558, em novembro. No caso da hipertensão, o número aumentou 335%, no mesmo período — passou de 67.918 para 295.758 beneficiados.

— Essas doenças, por terem prevalência alta e estarem intimamente ligadas aos novos hábitos dos brasileiros, merecem atenção redobrada. A ampliação contínua do acesso aos medicamentos, comprovada pelos números do programa, representa uma melhora significativa na vida dos brasileiros — observa o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A hipertensão arterial acomete 23,3% da população adulta brasileira maior de 18 anos, segundo dados do estudo Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2010, que considera o diagnóstico médico referido pelo entrevistado. Em Porto Alegre, o percentual de hipertensos é de 25,5% da população adulta, abrangendo 20,7% dos homens e 29,5% das mulheres. De acordo com a mesma pesquisa, o diabetes atinge 6,3% da população adulta brasileira. Especificamente em Porto Alegre, 4,8% da população apresentam a doença — 5,7% dos homens e 7,7% das mulheres.

Quem pode se beneficiar

Os medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes são identificados pelo princípio ativo. Os itens disponíveis são informados pelas unidades do programa, onde os usuários podem ser orientados pelo profissional farmacêutico. É ele quem deverá informar ao usuário o princípio ativo que identifica o nome comercial do medicamento (de marca, genérico ou similar) prescrito pelo médico.

Para retirar medicamentos gratuitos nas farmácias credenciadas ao programa, é necessário apresentar receita médica. O objetivo é evitar a automedicação, incentivando o uso racional de medicamentos e a promoção da saúde. O paciente deve apresentar também CPF e documento de identidade com foto.

Eventuais dúvidas podem ser comunicadas ao Ministério da Saúde, pelos estabelecimentos credenciados ou pelos usuários do programa, por meio do Disque-Saúde (0800-61-1997) ou por e-mail: analise.fpopular@saude.gov.br.

Resolução do CMS de Guaíba determina compra de leitos para partos

Fonte: ABRASUS - 15 de dezembro de 2011.

O Conselho Municipal de Saúde de Guaíba aprovou, na tarde do dia 12, uma resolução determinando que a Prefeitura compre leitos de obstetrícia pelo SUS no Hospital da Unimed, de modo a evitar o deslocamento de gestantes a Porto Alegre. A decisão foi comemorada pelo SIMERS e por entidades como a Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus), presentes à reunião extraordinária.

“É preciso uma medida imediata contra a desassistência”, saudou a diretora sindical Ana Maria Martins. “A comunidade local não pode ficar na dependência de ambulâncias, tendo em vista o volume de nascimentos aqui”, relata a presidente da Abrasus, Teresinha Borges. De agosto de 2009 a agosto de 2011, mais de 2,3 mil mulheres vieram daquela região à Capital para terem seus filhos.

A resolução do CMS deve ser homologada pela Secretaria Municipal de Saúde — cujo voto foi contrário — e depois publicada no Diário Oficial. Se o gestor não a publica, precisa enviar justificativa ao controle social em prazo hábil, e esta será analisada pelos seus membros. A regra, se publicada e não for observada, pode desencadear pedido de providências no Ministério Público Estadual.

O fato desencadeador da crise em Guaíba  foi o fechamento da maternidade do Hospital Nossa Senhora Livramento, por determinação do Ministério Público, gerando situações como partos feitos no Pronto Atendimento Solon Tavares, em flagrante risco a gestantes e recém-nascidos. A Prefeitura pretende reformar o prédio e dotar-lhe de bloco cirúrgico e maternidade, mas o processo licitatório para sua ampliação demora em decorrência de entraves burocráticos. “Estamos fartos do jogo de empurra entre as autoridades”, resumiu Teresinha.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Guaíba: Abrasus exige partos na cidade

Fonte: ABRASUS - 13 de dezembro de 2011.

A Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus) e União das Associações de Moradores de Guaíba (Uamg) deflagram mobilização, juntamente com o SIMERS, para exigir que o prefeito do município dê condições para as gestantes terem seus bebês pelo SUS na cidade. Há quase dois anos e meio a maternidade do Hospital Livramento foi fechada pela Justiça. As entidades, com participação também de representantes do Conselho Municipal de Saúde, fizeram vistoria ao Livramento e constataram condições limitadas de funcionamento, com unidades desativadas (como a maternidade e o bloco cirúrgico) e até um raio-X novo móvel doado em 2009 à instituição e que nunca foi usado.


Em reunião do Conselho Municipal de Saúde, que ocorrerá no final da tarde desta segunda (12), as entidades vão propor que o órgão se posicione. O Hospital da Unimed, que só atende convênios e particular, fez uma proposta para atender os partos, mas até agora não houve posição do município. "É obrigação da prefeitura garantir a assistência e há alternativa na cidade e que evitaria que as grávidas tivessem de ir até Porto Alegre", alertou a diretora do SIMERS, Clarissa Bassin. O que preocupa ainda é que já houve casos de partos feitos no Pronto Atendimento local, o que colocar em risco mulheres e bebês. "Não há obstetras e nenhuma condição para este tipo de procedimento", justifica Clarissa.


A presidente da Abrasus, Terezinha Alvez Borges, destacou que uma cidade como Guaíba, com quase cem mil habitantes, não pode ficar sem atendimento em obstetrícia. "Vamos lutar por este direito. A prefeitura não executa medidas que assegurem a assistência. Se há um outro hospital  que pode fazer o atendimento, buscaremos os meios legais possíveis para fazer valer o direito das mulheres", antecipou Terezinha. A Abrasus já tem um trabalho consolidado na Capital, que é pautado pela defesa dos usuários. Ações judiciais movidas gratuitamente têm conseguido agilizar o repasse de medicamentos e o agendamento de consultas com especialistas e cirurgias. "A população pode contar com todo o nosso apoio", avisou a presidente da Abrasus.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Liminares beneficiam quatro pacientes graves

Fonte: ABRASUS - 12 de dezembro de 2011.

A Abrasus obteve, no mês de novembro, quatro liminares determinando o Estado a fornecer imediatamente remédios para pacientes com Osteoporose com fratura patológica e Lúpus Eritematoso Sistêmico; Síndrome de Behçet e Glaucoma; Lúpus Eritematoso Sistêmico e Cirrose Hepática, Carcinoma Hepatocelular e Hepatite Crônica C.

As medidas beneficiam pessoas que procuraram as farmácias públicas munidas de laudos médicos, e tiveram seus pedidos indeferidos administrativamente, seja porque o medicamento “não consta na lista do SUS”, porque “não é fornecido para o código CID (Classificação Internacional de Doenças) especificado” e até mesmo porque “tratamento não tem condições de ser avaliado”.

Os medicamentos obtidos foram: teriparatida injetável, azatioprina, micofenolato mofetil e tosilato de sorafenibe. 

O Estado (nas três esferas) é responsável pelo fornecimento de medicações (artigos 23 e 196 da Constituição Federal). Além disso, não cabe às Secretarias de Saúde, e sim ao médico que assiste ao paciente no dia a dia, definir o tratamento das enfermidades e o uso das drogas correspondentes. É isso que a Abrasus defende.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Rio Grande do Sul propõe elevar impostos federais para cumprir os investimentos na saúde

Governo Tarso Genro defenderá a elevação de tributos já existentes e que financiem os custos com o setor

Fonte:  Site Zero Hora - 09 de dezembro de 2011.


Sem dinheiro para investir 12% da receita líquida em saúde, o governo Tarso Genro defenderá a elevação de tributos federais já existentes e que financiem os custos com o setor.

Com a regulamentação da Emenda 29 pelo Senado, na quarta-feira à noite, o governo gaúcho terá de lutar para cumprir mais uma norma constitucional hoje desrespeitada, assim como o piso nacional do magistério e o investimento de 35% do orçamento em educação.

Desde 2000, ano da aprovação da Emenda 29, nenhum governo conseguiu aplicar 12% no setor. O índice era inflado com a inclusão de outros tipos de gasto, como saneamento. A regulamentação ocorre em um momento em que o Piratini faz uma consulta pela internet, perguntando à população como melhorar a saúde.

— Há uma necessidade de bilhões de reais para todo o país. Só uma pactuação nacional em cima de novas fontes pode resolver o problema — diz o secretário do Planejamento, João Motta.

Pressionado por um abismo de R$ 945 milhões que irá separar o Estado dos 12% de investimentos em saúde em 2012, o governador Tarso Genro, assegura Motta, assumirá papel de protagonismo nas negociações com a presidente Dilma Rousseff para viabilizar a criação ou elevação de tributos que suplantem a nova demanda.

Senado aprova regulamentação da emenda 29, que vai à sanção presidencial

Fonte:  Site Senado Federal - 09 de dezembro de 2011.

Ricardo Icassati e Raíssa Abreu / Agência Senado

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (7), a proposta que regulamenta as aplicações mínimas do governo federal, dos estados e municípios na saúde, como determina a Emenda 29. De acordo com o texto aprovado e que vai à sanção presidencial, a União destinará à saúde o valor aplicado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária. A substitutivo da Câmara dos Deputados ao PLS 121/07 - Complementar regulamenta a Emenda Constitucional 29/2000 e foi um dos grandes embates, neste ano, entre a base do governo e a oposição.

Na prática, em 2012, a União aplicará o empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 para 2011, somando cerca de R$ 86 bilhões. A medida equivale ao que já é feito atualmente no governo federal. Os estados, por outro lado, serão obrigados a destinar 12% das suas receitas na saúde, e os municípios, 15%. O Distrito Federal deverá aplicar 12% ou 15%, conforme a receita seja originária de um imposto de base estadual ou municipal.

Destaques

Destaque aprovado por 62 votos a 9 retirou do texto os dispositivos relativos à possibilidade de criação de uma contribuição social destinada à saúde, a chamada CSS, interpretada pela oposição como a recriação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). Igualmente por destaque, foi retirada do texto a vinculação de 10% das receitas brutas da União para a saúde, prevista no projeto original. Também foi reincorporada ao texto a inclusão, na base de cálculo do montante de recursos que os estados aplicarão em saúde, dos recursos do Fundo de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb). Com isso, foi mantido o repasse de R$ 7 bilhões do Fundeb para o setor de saúde.

Além de dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, estados, Distrito Federal e municípios em ações e serviços públicos de saúde, o texto estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo.

Embate

O relator da matéria e líder do PT, senador Humberto Costa (PE), apresentou seu parecer em Plenário. Ele manteve o texto conforme foi reenviado da Câmara dos Deputados ao Senado, e disse ser possível depreender que o substitutivo oferece, em geral, soluções mais satisfatórias à regulamentação do § 3º do art. 198 da Constituição Federal. Enquanto Humberto Costa defendia o substitutivo da Câmara, a oposição insistia no texto original, do então senador Tião Viana (PT-AC).

- Apenas um dispositivo merece ser destacado: não podemos aceitar a nova regra acrescida pelo Substitutivo da Câmara dos Deputados - a vigorar pelos próximos cinco exercícios financeiros - para o cálculo do montante de recursos que os estados e o Distrito Federal aplicarão em saúde, segundo a qual são excluídos da sua base de cálculo os recursos distribuídos para compor o Fundeb - assinalou.

Humberto Costa disse que ficaria muito feliz se pudesse estabelecer uma vinculação de 10% das receitas bruta da União para a área da saúde, embora ainda não fosse o suficiente para atingir os padrões de gastos públicos de outros países que têm sistemas de saúde semelhantes ao brasileiro. Mas declarou não ser possível vincular esses recursos, que representariam uma injeção de mais R$ 35 bilhões para o setor da saúde.

O senador traçou um paralelo entre o momento em que o Senado aprovou o PLS 121/2007 - Complementar, e o atual. Segundo ele, todos se esquecem de dizer que, naquele momento, existia a CPMF e, se existisse hoje, seria fácil estabelecer a vinculação de 10% para a União, pois o governo contaria com mais R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões por ano. O senador disse que o Congresso Nacional precisa debater a criação de novas fontes de receita para a saúde.

- Dinheiro não nasce em árvore, minha gente. Só se consegue se a sociedade estiver convencida e der a sua contribuição para isso - afirmou.

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que o líder do PT cometeu um erro cronológico, pois a CPMF foi extinta em dezembro de 2007 e o PLS 121/2007 foi aprovado em 9 de abril de 2008. Aloysio Nunes assinalou que, desde o fim da CPMF, a arrecadação do governo federal aumentou em R$ 150 bilhões, sendo que em 2011 o aumento em relação a 2010 foi de R$ 78 bilhões.

Da forma como foi aprovado pela Câmara, o projeto manteve a regra atualmente seguida pela União para destinar recursos à área de saúde. Em vez dos 10% da receita corrente bruta definidos pela proposta original, o governo federal aplicará o valor empenhado no ano anterior acrescido da variação nominal do produto interno bruto (PIB) ocorrida entre os dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária. Assim, para 2012, por exemplo, teria de aplicar o empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 para 2011.

CSS

O governo federal vinha condicionando a aprovação dos 10% para saúde, que representariam um investimento-extra de cerca de R$ 35 bilhões anuais, à criação de um tributo para financiar o setor. A Contribuição Social para a Saúde (CSS) funcionaria nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas foi retirada do texto durante a votação na Câmara. No Senado, o relator, Humberto Costa, voltou a incluir a criação da CSS no texto.

Mas o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), pediu destaque para que a criação do CSS fosse votada separadamente.

- O somos contra criação de novo imposto - disse.

Em resposta ao relator, Humberto Costa, o líder do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), que faz parte da base do governo, afirmou que a CSS nada mais seria do que a recriação - a seu ver, inconstitucional - da CPMF, mas com outro nome. Ele salientou que só seria possível criar uma contribuição cumulativa por meio de uma proposta de emenda à Constituição, e jamais por meio de um projeto de lei complementar.

- Isso abre as portas para uma cascata de novos tributos. Não posso apoiar o governo - afirmou Dornelles, lembrando que a questão da CPMF sempre foi tratada por meio de emenda à Constituição.

Ele foi apoiado não só pelos líderes da oposição, como Alvaro Dias (PSDB-PR) e Marinor Brito (PSOL-PA), mas pelos líderes da base. Renan Calheiros (PMDB-AL) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), apoiaram Demóstenes e Dornelles. Com isso, o requerimento foi aprovado e a CSS, posteriormente foi retirada do texto. Humberto Costa chegou a defender a manutenção do dispositivo, mas terminou por liberar a bancada:

- Não sou líder de mim mesmo - afirmou.

Gastos com saúde

Na Câmara, os deputados ligados à área de saúde consideraram que a proposta representa um avanço pela definição de quais despesas podem ser consideradas gastos com saúde para que cada ente federativo possa atingir os patamares mínimos definidos pela Emenda Constitucional 29/00.

De acordo com o projeto, são despesas de saúde, por exemplo, a vigilância em saúde (inclusive epidemiológica e sanitária); a capacitação do pessoal do Sistema Único de Saúde (SUS); a produção, compra e distribuição de medicamentos, sangue e derivados; a gestão do sistema público de saúde; as obras na rede física do SUS e a remuneração de pessoal em exercício na área.

Por outro lado, União, estados e municípios não poderão considerar como de saúde as despesas com o pagamento de inativos e pensionistas; a merenda escolar; a limpeza urbana e a remoção de resíduos; as ações de assistência social; e as obras de infraestrutura.

Vereador de Santa Maria do Herval é preso suspeito de desviar remédios de postos de saúde

Mandados foram cumpridos na casa de Orlando Schneider e no escritório dele onde, supostamente, atendia a população, distribuía e prescrevia medicamentos

Fonte:  Site Zero Hora - 09 de dezembro de 2011.


Uma operação da Polícia Civil com o Ministério Público (MP) prendeu na manhã desta quinta-feira em flagrante um vereador de Santa Maria do Herval, no Vale do Sinos. Orlando Schneider (PMDB), 61 anos, e o primo dele e ex-vice-prefeito, Hugo Schneider (PP), 72 anos, estavam sendo investigado por desvio de medicamentos de postos de saúde de Porto Alegre.

Em um escritório que seria mantido por Hugo na cidade, a polícia encontrou uma grande quantidade de medicamentos, além de receitas. Algumas delas estavam assinadas por médicos. Ele não foi preso porque não foi encontrado.

Foram apreendidas inúmeras caixas fechadas de remédios e receituários em branco, já assinados com o nome de médicos que serão investigados. O MP recebeu a denúncia e repassou para a PC que fez a investigação que culminou com a representação ao Judiciário do mandado de busca.

O esquema não seria novo. Um livro ata apreendido pela polícia mostra que as entregas eram registradas com data e nome de quem pegou os medicamentos. Os registros mais antigos são de 2003. De acordo com a investigação iniciada pelo Ministério Público a partir de uma denúncia, o esquema teria sido montado para garantir votos aos suspeitos.

Vereador em terceiro mandato, Orlando afirma que retirava os remédios no Centro de Saúde Modelo, mantido pela prefeitura da Capital. A polícia acredita que as retiradas eram facilitadas por funcionários de farmácias públicas a partir da influência política dos suspeitos. Em nota, a Secretaria da Saúde de Porto Alegre afirma que buscará informações para apurar o caso. No entanto, a entrega de medicamentos seria feita apenas mediante apresentação de receita que identifique médico e paciente.

Orlando foi ouvido na Delegacia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo e levado para a Penitenciária Modulada de Montenegro. Ele deve ser indiciado pelos crimes de peculato, ter depósito de medicamentos sem regulamentação e formação de quadrilha. Se somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão. O outro suspeito, Hugo Schneider, ainda não foi encontrado.

Correção: Diferentemente do que informou este site na reportagem "Vereador de Santa Maria do Herval é preso suspeito de desviar remédios de postos de saúde" (08/12/2011 - 12h20min), Hugo Schneider não foi preso, já que não foi encontrado pela polícia. O texto original já foi corrigido.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Programa Pampa Boa Noite (bloco I) - Comentários sobre a ABRASUS

Portadores de lúpus querem que protetores solares sejam entregues gratuitamente como remédios

Doença é de difícil diagnóstico, pois sintomas são facilmente confundidos com outros males

Fonte:  Site Zero Hora - 08 de dezembro de 2011.
Léo Gerchmann  |  leo.gerchmann@zerohora.com.br

Mais difícil que ter uma doença capaz de incapacitar seu portador para as atividades cotidianas é que esse quadro venha acompanhado de sintomas de difícil detecção. Por isso, uma campanha liderada especialmente pela Associação dos Portadores de Lúpus do Vale do Sinos trata de fazer dois apelos: que bloqueadores solares sejam considerados remédios — e não cosméticos — e que o governo abra campanha de esclarecimento.

O drama dos portadores de lúpus aumenta no verão. Isso porque a doença pode ser potencializada pelo sol forte. Por isso, a importância do bloqueador solar.

— O governo deveria entregar bloqueadores solares para os portadores de lúpus. É um problema de difícil detecção, porque pode se apresentar com vários sintomas. Pode ser confundido com uma anemia profunda ou com leucemia, por exemplo. Muitas vezes o problema não é investigado como deveria. Os pacientes também encontram dificuldade para receber os benefícios, pois aparentemente não têm nada — diz a presidente da associação, Izabel Oliveira, 49 anos.

Izabel, que chegou a ter sua doença confundida com problemas na coluna, tem ido frequentemente até a Secretaria Estadual da Saúde para pedir a ajuda do governo aos seus representados — mais de 150 pessoas de diversos municípios do Estado.

No âmbito legislativo, tramita no Senado, desde 2003, projeto do senador gaúcho Paulo Paim (PT) que pede a inclusão do lúpus, da epilepsia e da artrite reumática na relação de doenças graves cujos portadores fazem jus aos direitos e benefícios da Previdência. Na Assembleia, um projeto de 2007, do deputado Luciano Azevedo (PPS), enfrenta a morosidade burocrática para dar caráter de medicamento ao bloqueador solar e para fazer o governo abrir campanhas de esclarecimento.

O lúpus eritematoso sistêmico (há também o cutâneo) é doença crônica de causa desconhecida e provoca alterações no sistema imunológico. O portador desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo ter afetadas a pele, as articulações, rins e outros órgãos.

Portadora de lúpus, Maria José Fernández, 45 anos, conta que não consegue trabalhar e tem seu fôlego para as atividades do dia limitado.

— Busco auxílio-medicação do Estado e benefício de auxílio-doença desde 2008. Tive todos os pedidos negados— diz Maria José.

O médico reumatologista Adriano Barbiero diz que os sintomas são detectados de forma mais fácil por especialistas.

— É importante olhar bem o paciente. A doença é multissistêmica, aparece na pele, nas dores articulares e nos rins. Quem não trata pode chegar até à falência renal — alerta.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Maior incidência de câncer no estômago está ligada a hábitos alimentares dos gaúchos

Alto consumo de alimentos defumados, excesso de sal e dieta pobre em vitaminas A e C levam o Rio Grande do Sul a concentrar 10% dos casos de câncer no aparelho digestivo do país

Fonte:  Site Zero Hora - 06 de dezembro de 2011.

Cerca de 10% dos casos de câncer no aparelho digestivo do Brasil são registrados no Rio Grande do Sul. O Estado é o terceiro em número de casos de câncer no estômago, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Antônio Carlos Weston, essa estatística está relacionada a hábitos alimentares dos gaúchos, como ingestão frequente de alimentos defumados ou dieta pobre em vitaminas A e C.

— No Rio Grande do Sul, se consume muito charque, linguiça e salame, que, além de defumados, têm grande quantidade de sal, e não deveriam ser consumidos em grandes quantidades — adverte o médico.

A presença de uma bactéria chamada Helicobacter Pilory no interior do estômago também tem de ser salientada como um fator importante da causa de câncer no estômago, conforme Weston.

Fatores genéticos, uso de cigarro e consumo de bebidas alcoólicas destiladas também estão associados ao desenvolvimento de câncer gástrico, que acomete principalmente homens na terceira idade. Segundo o Inca, cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos e o pico de incidência se dá em homens por volta dos 70 anos.

Como a doença não demonstra sintomas específicos, principalmente nas fases iniciais, grande parte dos casos de câncer de estômago são diagnosticados em estágio avançado. Geralmente, os sintomas são atribuídos a indisposições alimentares sem maiores repercussões, o que reflete em uma taxa de mortalidade perto de 80% dos casos.

Preste atenção

Se os sintomas abaixo persistirem por mais de 10 ou 15 dias, procure um especialista da área de gastroenterologia:

:: Dor no estômago, principalmente após as refeições

:: Perda de peso

:: Fraqueza

:: Vômitos

Para prevenir, inclua na dieta:

:: Vegetais crus

:: Frutas cítricas

:: Alimentos ricos em fibras

:: Vitamina A e C, encontradas em frutas e verduras frescas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mais ESFs para o Lami

Fonte: ABRASUS - 1º de dezembro de 2011.

A presidente da Abrasus, Terezinha Borges, aliou-se aos líderes comunitários do Lami, no estremo sul de Porto Alegre, nos pedidos por maior cobertura da Estratégia de Saúde da Família no bairro. Mais de cem pessoas reuniram-se no salão da Igreja Nossa Senhora do Operário, na noite do dia 28, para cobrar providências do secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli. Na oportunidade, ele prometeu atender aos desejos da comunidade, instalando quatro novas equipes da ESF em 2012.


 “Os postos são muito distantes um do outro, e um deles, erguido em esforço comunitário, está instalado em terreno da Cúria Metropolitana, que o exige de volta”, conta a presidente da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários dos Sistemas de Saúde (Abrasus), Terezinha Borges. “Como se não bastasse tudo isso, muitas pessoas reclamaram do número reduzido de fichas para atendimento da demanda local”. Uma dessas queixas veio de integrantes das 50 famílias da tribo Charrua (habitante da região). A elas são destinadas somente cinco fichas semanais.
 

Muitas queixas chegaram ao ouvido do gestor. Há grande carência de médicos e exames simples, como hemograma e raios-x de tórax. Determinados locais só contam com transporte público três vezes ao dia, e o paciente perde muito tempo só para realizar um exame de sangue. “O secretário mostrou-se sensibilizado”, diz Terezinha. “Ele assumiu o compromisso de fazer todo o possível para resolver os problemas”.

Geriatra fala sobre fragilidade

Fonte: ABRASUS - 1º de dezembro de 2011.

Cerca de 45 pessoas tiveram a oportunidade de assistir a palestra do dr. Newton Luiz Terra, realizada na tarde do dia 25/11, na sede da Abrasus. Doutor em Gerontologia Biomédica e professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, o médico discorreu sobre o tema Fragilidade na Terceira Idade. De forma objetiva, o especialista tratou logo de esclarecer que o organismo humano fica mais fragilizado com o passar dos anos, mas as pessoas escolhem como envelhecer. “As decisões tomadas na juventude e na vida adulta têm reflexos diretos na terceira idade”, afirmou Terra.


O conjunto nutrição, exercícios e cuidados pode garantir uma velhice mais saudável. A receita do geriatra é sempre procurar alimentar-se bem (o que não significa comer muito), variando os grupos e evitando alimentos industrializados, gordurosos e inapropriados para uma dieta restritiva (diabetes, enxaqueca, etc.). A segunda premissa está na prática rotineira de exercícios físicos — que se distinguem de atividades físicas, tais como caminhar para pegar um ônibus, ou mesmo passar roupa e outras tarefas domésticas. Terra destaca que o ideal é associar o exercício físico aeróbico (correr, nadar, jogar futebol) com a musculação. A dupla garante capacidade cardiorrespiratória e diminui a perda inevitável de massa muscular. A terceira recomendação fica no campo dos cuidados: não fumar, ingerir bebidas alcoólicas com muita moderação, dormir satisfatoriamente, e controlar os níveis de colesterol, pressão, entre outros.


Além disso, o palestrante também fez alguns alertas e recomendações à atenta platéia: “Exames preventivos, vacinas, saúde bucal e mente ativa complementam o quadro de cuidados na área”. Quanto a este último item, Terra frisou o aspecto socialização como muito importante. “A pessoa pode se aposentar, mas não pode se aposentar da vida”, brincou. A depressão muitas vezes advinda da aposentadoria e da falta da antiga rotina causa a fragilidade do idoso, criando o cenário para o surgimento de doenças e perigosas suscetibilidades.


Estiveram no encontro, sucedido de perguntas feitas ao palestrante, representantes do Grupo da Mama do Hospital Conceição, da União da Associação de Moradores de Guaíba (Uamg), do Grupo Beija-Flor (Ginásio Tesourinha), e usuários da Abrasus. A próxima atividade já tem data marcada: 15 de dezembro, quando ocorrerá a apresentação (depoimentos e dicas) das voluntárias do Grupo da Mama do HNSC. Mais detalhes pelo telefone: 30628007 ou pelo e-mail abrasus.rs@gmail.com.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Postos da zona Norte precisam de médicos

Fonte: ABRASUS - 24 de novembro de 2011.

A Abrasus acompanhou a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre em visitas a quatro postos da gerência Norte/Eixo Baltazar. A falta de médicos é notória para atender uma população de mais de 200 mil pessoas, dos bairros Rubem Berta, Passo das Pedras e Sarandi.

A secretária geral da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários dos Sistemas de Saúde (Abrasus), Marly Büttner, reforçou as queixas da comunidade: “As pessoas reclamam bastante de falta de médico, e é preciso madrugar no posto para conseguir ficha, sendo que a zona é perigosa”.

Em todos os locais visitados, há carências.  Na Unidade do Passo das Pedras, a área de cobertura de 30 mil pessoas conta com apenas dois médicos fazendo revezamento no atendimento e nas consultas. Na UBS Ramos, faltam dois médicos clínicos. Na ESF Santa Maria, uma das duas equipes está incompleta, embora a dedicação dos profissionais tenha recebido cumprimentos. No posto Beco dos Coqueiros, há desfalques.

A dificuldade de reposição de profissionais que se aposentam decorre dos baixos salários oferecidos e da violência. A região precisa de 10 novas equipes de saúde da família para desafogar as demandas. Na tentativa de mediar os conflitos e achar soluções no Executivo municipal, a Cosmam agendou reunião no Conselho de Saúde da localidade para o dia 12 de dezembro, às 17 horas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Quatro emergências de Porto Alegre estão superlotadas e uma tem atendimento restrito

No Hospital Ernesto Dornelles, atendimento é só para casos de urgência e tempo de espera chega a quatro horas

Fonte:  Site Diário Gaúcho - 23 de novembro de 2011.

Quatro emergências adultas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre apresentam superlotação na noite desta quinta-feira. Duas delas operam com mais do que o dobro da capacidade e uma, com o triplo. Além disso, em outra emergência, o atendimento é restrito apenas a casos mais graves.

No Hospital de Clínicas, a situação é semelhante à registrada nesta manhã, quando a direção emitiu um alerta solicitando à população de Porto Alegre e Região Metropolitana que evitasse procurar a instituição em casos mais simples, "procurando os pronto-atendimentos ou postos de saúde de suas cidades".

Durante a manhã, o Clínicas atendia mais de 140 pacientes, sendo que o número de leitos é de apenas 49. À noite, o número de pacientes atendidos era de 135.

Outro hospital que enfrentava superlotação era o Conceição. Existem 50 leitos para atendimento, e o número de pacientes à noite era de 131. Já no Hospital São Lucas da PUCRS, onde há 15 leitos, eram atendidos 47 pacientes — mais que o triplo da capacidade.

No Hospital Ernesto Dornelles, também superlotado, o atendimento estava restrito a casos de urgência e o tempo de espera chegava a quatro horas.

No Hospital Santa Clara, onde o atendimento estava restrito até as 12h desta quinta-feira, o atendimento à noite era normal. Nos demais hospitais do Complexo Santa Casa, havia vagas apenas na emergência do Santo Antônio.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tapejara inaugura centro para tratar a doença de Fabry

Estima-se que 25 mil pessoas sofram da doença no mundo, e, destas, cem estariam no Estado

Fonte:  Site Zero Hora - 21 de novembro de 2011.

É no quarto 29 do Hospital Santo Antônio, em Tapejara, que pacientes de uma doença rara – cuja maior incidência no Estado é na Metade Norte – encontram, a partir de hoje, a esperança de uma vida melhor. Berço da associação gaúcha de portadores de Fabry, o município no norte do Estado inaugura hoje o primeiro centro de tratamento no interior gaúcho.

Acidade tornou-se referência no tema, especialmente, pelo drama da família Slongo. Dos 10 irmãos, sete desenvolveram a doença – destes, quatro morreram. Só em 2005 eles diagnosticaram o motivo: Fabry, doença hereditária que, devido à deficiência ou ausência da enzima alfa-galactosidase A, pode levar à morte.

No mundo, estima-se que há 25 mil portadores da doença. Destes, pelo menos 220 estariam no Brasil e cem no Estado. Na Metade Norte, há 53 em 10 municípios. Não há uma explicação sobre a maior incidência na região, mas suspeita-se que seria fruto de casamentos consanguíneos, em especial de descendentes italianos.

As dores em Ario Slongo começaram aos seis anos, mas só três décadas depois ele descobriu que o imaginado reumatismo era fruto da doença. Com medicamento garantido na Justiça devido ao alto custo, ele lamenta só ter podido estudar até a 7ª série e jamais ter conseguido trabalhar.

– O sacrifício é imenso. Meu maior sonho é viver sem dor – revela Ari, 43 anos, que mal consegue caminhar devido às complicações da doença.

Quem o ajuda na rotina diária é a mulher Adriana Coronetti Slongo, 39 anos. Após peregrinar até conseguir na Justiça o direito ao tratamento, avaliado em cerca de US$ 15 mil mensais, ela fundou em 2007 a Associação Gaúcha de Pacientes Portadores de Doença de Fabry e Familiares.

Atualmente com 80 membros, a entidade se transformou em referência e um alento aos portadores. Além de intermediar problemas jurídicos, a associação formou uma rede de profissionais que garante atendimento médico gratuito. Uma vitória, já que a doença não está na lista do SUS.

Há três anos, um quarto do Hospital Santo Antônio foi cedido aos pacientes de Fabry e se tornou o embrião para o Centro de Atendimento aos Portadores de Fabry Natalino Slongo, homenagem ao primeiro paciente diagnosticado em Tapejara, morto há dois anos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Brasil vai fabricar equipamento que detecta HIV com apenas uma gota de sangue

Rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B também poderão ser diagnosticadas com o novo aparelho

Fonte:  Site Zero Hora - 18 de novembro de 2011.

O Brasil vai produzir e utilizar na rede pública um aparelho para teste rápido de HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B em gestantes com apenas uma gota de sangue. O acordo para fabricação do equipamento foi assinado ontem entre o Instituto Carlos Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Paraná, e a empresa de equipamentos médicos e hospitalares Lifemed.

Criado pela Universidade Federal do Paraná, o kit, que inclui o aparelho e os materiais necessários aos exames, pode diagnosticar as doenças em até 30 minutos. Atualmente, o resultado dos exames leva semanas para ficar pronto. Por ser portátil, o equipamento pode ser levado a áreas de difícil acesso, à periferia das grandes cidades e à zona rural.

O kit nacional chegará ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente em 2014. Com ele, o Ministério da Saúde espera, entre outros objetivos, reduzir a taxa de prevalência das doenças entre grávidas a partir do diagnóstico rápido e precoce no pré-natal, uma das metas do Programa Rede Cegonha, lançado este ano pela presidenta Dilma Rousseff. A cada ano são registrados, por exemplo, 19 mil casos de sífilis congênita no país.

— Esse equipamento, com o tempo, pode incorporar o diagnóstico de outras doenças infecciosas e podemos ampliar (o uso) não somente para o pré-natal, mas para toda a rede básica — disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o aparelho tem potencial para diagnosticar cem tipos diferentes de doenças. Cada kit pode ser usado por até cem pacientes.

O ministério irá gastar cerca de R$ 950 milhões com a compra gradual das unidades no período de cinco anos. A economia para os cofres públicos é estimada em R$ 177 milhões de reais com a redução de importações e outros custos. Em 2014, serão comprados 2 milhões de kits. Em 2019, o montante será elevado para 10 milhões de unidades. De acordo com Padilha, em cinco anos, os kits nacionais serão suficientes para abastecer a rede pública em todo o país. Cada kit vai custar R$ 30,40 no primeiro lote de compras, em 2014. Com o aumento das encomendas, o preço de cada equipamento deve cair para R$ 21,50 em 2019, segundo estimativa do próprio governo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fique atento aos sintomas da meningite

Doença pode matar até 30% dos bebês, se não for tratada

Fonte:  Site Zero Hora - 16 de novembro de 2011.

Febre alta, dor de cabeça e rigidez na nuca são sintomas frequentes de meningite. A doença pode evoluir gravemente em poucos dias ou até em horas, dependendo do agente causador. Por isso, é preciso ficar atento ao sintomas, que podem vir acompanhados de náuseas, vômitos, fotofobia, confusão mental e abatimento. Quando do tipo bacteriana, a doença é fatal em até 30% dos casos em recém-nascidos e 37% em adultos, se não for tratada.

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por bactérias, vírus e fungos. De acordo com o pediatra Marcelo Reibscheid, em recém-nascidos os sintomas clássicos podem estar ausentes, o que dificulta o diagnóstico.

Chamam a atenção sintomas não específicos, como irritabilidade, choro intenso, gemência e vômitos.

— A prevenção deve ser feita pela vacinação e não indo para locais com surto, mas de forma eficiente, somente a vacinação — orienta o médico.

Adultos também podem sofrer com a meningite, se não estiverem vacinados. As meningites bacterianas podem afetar o nervo acústico e causar surdez permanente, danificar o cérebro, levar a dificuldades de aprendizagem, cegueira e até a morte. O risco de morte é maior em recém nascidos (entre 20 e 30%) e cai para 2% em crianças mais velhas. Entre adultos, a taxa de mortalidade sobe de novo para 19 a 37%.

— O risco de morte é previsto por vários fatores além da idade, como o tempo que leva para o diagnóstico e a gravidade da doença generalizada, daí a importância de identificar precocemente os sintomas — explica Reibscheid.

A transmissão ocorre por meio do contato direto entre pessoas que convivem em um mesmo ambiente, quando o doente expele gotas e secreções do nariz e garganta. Há vacinas contra alguns tipos de meningite disponíveis no calendário oficial de imunização das crianças, grupo com maior risco de contrair a doença.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ABRASUS participa de reunião do Fórum em Defesa do SUS

Fonte: ABRASUS - 14 de outubro de 2011.

A presidente da ABRASUS, Terezinha Alvez Borges, participou de reunião do Fórum em Defesa do Sistema Único de Saúde no último dia 11, na sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). No encontro, as entidades integrantes do grupo debateram a formalização de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei Municipal que criou uma fundação pública de direito privado para gerir a Estratégia de Saúde da Família (ESF) na Capital. O Fórum irá ajuizar a ação contrária ao estabelecimento do chamado Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) no Tribunal de Justiça do Estado do RS. A ABRASUS é uma das autoras do termo.


Diabetes causa uma morte a cada dez segundos em todo o mundo, alerta federação

Foco da campanha global no Dia Mundial do Diabetes é orientar a população para prevenir a doença

Fonte:  Site Zero Hora - 14 de novembro de 2011.

Estima-se que haja, pelo menos, 300 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo, e no Brasil, são cerca de 11 milhões de portadores, segundo dados do Ministério da Saúde e de sociedades médicas.

No Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta segunda-feira, 14 de novembro, o foco da campanha global, pelo terceiro ano seguido, é orientar a população para prevenir a doença, que mata uma pessoa a cada dez segundos no mundo — conforme estatística da Federação Internacional de Diabetes, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

O desconhecimento sobre o que é a doença, os sintomas e o tratamento tem sido um dos obstáculos para conter essa epidemia global. A própria federação internacional estima que metade das pessoas não sabe que tem diabetes. Apesar de muitos brasileiros terem um parente ou amigo com a doença, parte deles não sabe como evitá-la.

— Muitos têm contato, mas não conseguem ajudar a pessoa próxima [com a doença]. E ficam incapazes de prevenir nelas mesmas — alerta o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Walter Minicucci.

O diabetes tipo 2, que atinge mais pessoas, ocorre quando há aumento da taxa de açúcar (glicose) no sangue. Os sinais mais comuns são a sede excessiva, a perda de peso, a fome exagerada, a vontade de urinar muitas vezes, a difícil cicatrização de feridas, a visão embaçada, o cansaço e infecções frequentes. Alguns dos fatores de risco são a obesidade, o sedentarismo e o histórico familiar com casos da doença.

A prática de exercícios físicos e a alimentação equilibrada ajudam a evitar o diabetes tipo 2, que não tem cura. Quando o diabetes não é tratado, aumenta o risco de o paciente ter um ataque cardíaco, ficar cego ou sofrer amputação de uma perna.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Brasil não está livre de nova epidemia de influenza A (H1N1), alerta especialista da OMS

Pesquisadora do do Instituto Oswaldo Cruz sugere que o país melhore seu sistema de alerta

Fonte:  Site Zero Hora - 09 de novembro de 2011.

O Brasil não está livre de enfrentar nova epidemia de influenza A (H1N1) — gripe suína como a que atingiu o país em 2009. O alerta é de especialistas que participam da conferência internacional Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência, até quinta-feira, no Rio de Janeiro.

— O risco de uma pandemia de H1N1 é o mesmo de antes. Pode ser um outro vírus da influenza que seja novo para a população, que o sistema imune das pessoas não reconheça. É um vírus extremamente traiçoeiro e pode nos pegar de surpresa — disse o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Otávio Oliva. A Opas funciona como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o continente americano.

Para evitar o que aconteceu há dois anos, quando o governo foi surpreendido pela pandemia da gripe, a pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz, disse que o Brasil precisa aperfeiçoar o seu sistema de alerta:

— O Brasil está com um sistema que precisa ser muito melhorado. Não está sendo homogêneo em termos de coleta de amostras e dados. E isso leva a que não se tenha um conhecimento completo sobre o que está acontecendo no país com o vírus Influenza. Nem todos os estados estão com um bom sistema de vigilância.

De acordo com a pesquisadora, existe a possibilidade do vírus adquirir resistência aos remédios atualmente disponíveis, o que agravaria a situação.

— O desafio é bem grande, porque para o controle do vírus Influenza nós temos basicamente dois mecanismos. Por meio das vacinas, que normalmente são mudadas a cada ano, e os [remédios] antivirais para os quais os vírus sejam sensíveis — alertou.

Segundo ela, vírus acabam adquirindo resistência aos medicamentos depois de um certo tempo. A primeira classe de remédios utilizada contra a influenza, batizada de Adamantanos, se mostrou ineficaz contra a doença após cerca de oito anos de uso.

— A resistência depende muito do quanto e de como se usa o antiviral na população. Se usar somente em alguns pacientes, tem possibilidade da resistência demorar mais a aparecer, do que se usar em larga escala na população em geral. Uma das explicações é que alguns países estavam aplicando uma dosagem menor, o que favoreceu a resistência — explica.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Anvisa libera novas drogas para combater hepatite C

Substâncias impedem a replicação do vírus no organismo

Fonte:  Site Zero Hora - 07 de novembro de 2011.

Usados na Europa e nos Estados Unidos, o telaprevir e o boceprevir foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no país. O telaprevir recebeu o aval da agência neste mês e o boceprevir, em julho.

A entrada no Brasil de duas novas drogas contra a hepatite C, cujos tratamentos atuais são de baixo sucesso, pode mudar a vida dos 3 milhões de infectados no país. A expectativa é que as drogas estejam disponíveis na rede pública em 2012. As drogas são inibidores de protease e impedem a replicação do vírus.

Saiba mais sobre a hepatite C

A hepatite C é uma doença inflamatória do fígado, causada por um vírus denominado VHC. A transmissão da doença acontece quando o sangue contaminado pelo vírus penetra na corrente sanguínea, por meio de transfusão de sangue, hemodiálise, uso de seringas com sangue contaminado, entre outros.

A evolução da doença é lenta e pode chegar a mais de 30 anos sem que o doente perceba. Algumas consequências possíveis são hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado. Tanto a cirrose como o câncer de fígado podem levar a uma indicação de transplante de fígado. A hepatite C pode ser detectada por meio de exame de sangue.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Postos da zona norte da Capital precisam de clínicos

Fonte: ABRASUS - 03 de novembro de 2011.

A Abrasus verificou nesta terça-feira (1º/11), junto com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre (Cosmam), a falta de clínicos para atender nos postos da região noroeste (Humaitá/Navegantes/Ilhas). A gerência local é responsável por uma região com cerca de 180 mil habitantes e, se poucos anos atrás havia 95 médicos nas equipes da região, hoje são menos de 50. Das nove equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), quatro estão completas e outras cinco ainda estão em fase de implantação. Existem também cinco Unidades Básicas de Saúde.

A presidente da Abrasus, Terezinha Borges, lembra que o postão do IAPI, por exemplo, apresenta os mesmos problemas verificados pela entidade em visita realizada no dia 25 de abril. “Há mofo nas paredes, rachaduras, necessidade de consertos no telhado, na parte elétrica e na rampa de acesso”, relatou. Quanto aos recursos humanos, a carência decorre de fatores como a exoneração de funcionários, aposentadorias e a falta de concurso público.

Conforme o vereador Thiago Duarte, presidente da Cosmam, o objetivo das visitas é averiguar o que precisa ser feito para melhorar o atendimento prestado aos usuários do SUS. “Vamos compilar todas as atas dessas visitas e entregar um documento à Secretaria Municipal de Saúde, apontando os problemas e solicitando medidas objetivas para solucioná-los", disse.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tratamento de câncer de mama deve começar até três meses após diagnóstico, alerta IncaInstituto Nacional do Câncer lançou novas recomendações para o controle da doença no país

Fonte:  Site Zero Hora - 01 de novembro de 2011.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou nesta segunda-feira sete novas recomendações para o controle do câncer de mama no país. Uma delas é que o início do tratamento ocorra em três meses e que os procedimentos complementares, de quimioterapia ou hormonioterapia, comecem, no máximo, em 60 dias. Além disso, a radioterapia deve ser feita em 120 dias.

As orientações complementam as lançadas no ano passado, que eram focadas em ações de prevenção, detecção precoce e informação de qualidade. Segundo o técnico da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica da instituição Ronaldo Corrêa, desta vez, a lista é voltada ao tratamento de mulheres que já tenham tumores.

— Essas recomendações são importantes porque podem ter impacto na sobrevida das pacientes — explica.

Ele lembrou, durante o lançamento, que o câncer de mama é o tumor que mais mata a população feminina no Brasil, sendo responsável pela morte de 12 mil mulheres a cada ano.

O técnico do Inca acrescentou que a lista também traz recomendações sobre o acolhimento das pacientes. O instituto orienta que elas sejam acompanhadas por uma equipe que inclua médicos, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta; e que receba cuidados em um ambiente que respeite a autonomia, dignidade e confidencialidade.

— Quanto mais profissionais estiverem comprometidos com o tratamento melhor vai ser a assistência prestada a essas mulheres — ressaltou.

Ele lembrou que as recomendações não têm força de lei, mas seu cumprimento pode ser verificado pela sociedade. A lista com todas as recomendações está disponível no site do Inca. O documento impresso também será encaminhado às secretarias de Saúde dos estados e municípios.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Médico Thiago Duarte alerta para os perigos do diabetes

Fonte: ABRASUS - 28 de outubro de 2011.

O médico Thiago Duarte alertou para os perigos do diabetes, em palestra com auditório da Abrasus lotado, no dia 27 de outubro. A doença atinge 10% da população brasileira e se desenvolve de maneira “silenciosa”, ou seja, seus sintomas muitas vezes passam despercebidos. “Os sinais de alerta são a necessidade freqüente de urinar, principalmente à noite, a sede excessiva e o aumento do apetite”, disse.


Segundo Duarte, os últimos estudos mostram que o aumento dos casos de diabetes (deficiência na produção de insulina) tem muito a ver com a alimentação inadequada do indivíduo, rica em gorduras e carboidratos. “O paciente não precisará se privar toda a vida do que gosta de comer, mas ele passa a ser protagonista do seu tratamento ao ter de obedecer uma dieta cuidadosa”, disse. Os fatores de risco do diabetes são a obesidade, a hereditariedade, o sedentarismo, a hipertensão e o uso contínuo de medicamentos à base de cortisona.


A importância da prevenção e do tratamento adequado, salientou o médico, se dá na medida em que a doença traz graves conseqüências: problemas cardiovasculares, com perda de sensibilidade, visão borrada, e riscos de amputações dos pés e pernas. “Recomendamos, acima de tudo, a realização de exercícios regulares como grande prioridade”, relatou.


Ao final, o médico respondeu a diversas perguntas do público, a respeito dos ricos de impotência no diabético, o perigo da ingestão de álcool, a dificuldade dos homens em procurar o consultório do especialista, entre outras.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Médicos do SUS alertam para situação caótica na área pública

Fonte:  Site Jornal do Comércio - 26 de outubro de 2011.

Sacudir o País para mostrar aos gestores públicos que algo precisa ser feito com urgência para mudar o cenário da saúde pública no Brasil. Esse foi o mote de uma série de manifestações realizadas ontem em todo o País, organizadas pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB).

"Vivemos uma situação caótica, estamos vendo as pessoas morrerem em filas e em corredores à espera de atendimento. É preciso sacudir o País e, ainda mais, o nosso Estado, que é o quinto mais rico e o que, vergonhosamente, menos investe em saúde", afirma o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes.

Conforme ele, 18 mil profissionais médicos atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, sendo cerca de 1,1 mil destes em Porto Alegre. Argollo argumenta que os baixos salários pagos pelas prefeituras têm afugentado os médicos do atendimento público. "Tem prefeitura que faz concurso para fingir para a população que está preocupada com a saúde de seu município, mas oferece R$ 900,00 de salário por mês por seis horas diárias", diz. O piso nacional dos médicos definido pela Fenam é de R$ 9,2 mil para 20h semanais.

A manifestação do presidente do Simers ocorreu em um ato público realizado na tarde de ontem na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A terça-feira foi marcada pela paralisação das atividades dos médicos que atendem pelo SUS. A paralisação, que estava programada para ocorrer em todo o País, não teve grande adesão na Capital, mas, conforme o Simers, cada médico teve seu próprio modo de alertar a população. O quadro da ausência de médicos, principalmente especialistas, na rede pública de saúde é exemplificado pelo número de reumatologistas em Porto Alegre. "Toda a rede ambulatorial pública de Porto Alegre possui dois reumatologistas. Se fossem 200 ainda seria pouco, mas são dois", observa.

A presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon, saudou a iniciativa das entidades e criticou a participação dos governos que comandaram o Estado. "No momento em que os municípios assumiram a saúde, tivemos uma omissão dos estados. Em Porto Alegre, o passivo de atendimento à população é criminoso", destacou. Conforme ela, o Rio Grande do Sul deixou de fazer uma gestão estadual da saúde, e, sem isso, a injeção de mais recursos não surtirá o efeito desejado.

Representando a Federação dos Hospitais do Estado (Fehosul), o deputado estadual Pedro Westphalen (PP) ressaltou a necessidade de mais dinheiro para o setor. "Hoje são os médicos, amanhã serão os enfermeiros, depois os técnicos. Estamos chegando a um limite. Falta investimento na saúde", enfatizou. O parlamentar também focou a fuga de profissionais do SUS como um problema. "Os médicos estão fugindo do sistema público porque não conseguem atender com dignidade. Além disso, cerca de R$ 2,00 a consulta com clínico geral e R$ 10,00 com especialista, não há como manter médicos na rede", ressaltou.

O ato também contou com a presença de representantes do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado, entre outras entidades.

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ABRASUS em nova sede

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Evento realizado em 25 de maio de 2009.

Iara Trovão - Presidente à época - apresentando a Associação.

Entrevista com o Vereador Reginaldo Pujol.

Entrevista com Ivo Fortes - Conselheiro Suplente da ABRASUS.

ABRASUS vai a Natal - RN em dez/2008

ABRASUS vai a Natal - RN em dez/2008
Reunião com Associações congêneres no Hospital Psquiátrico Prof. Severino Lopes.

Iara Trovão - Presidente à época - apresentando a Abrasus.

Público que prestigiou o evento.

Dra. Rosane Rempel apresentando o Jurídico da Abrasus.

Presidente do Sindisaúde de Natal comentando sobre o evento.