quinta-feira, 28 de abril de 2011

MP abre inquérito para investigar funcionamento de UTI ilegal em hospital de São Leopoldo

Promotora vistoriou unidade de saúde nesta quarta após denúncias de condições precárias

Fonte: Site Zero Hora - 27 de abril de 2011.

O mau cheiro e as condições precárias de conservação do prédio de 80 anos do Hospital Centenário, de São Leopoldo, foram vistos de perto nesta quarta-feira pela promotora do município.

Foto: Divulgação SIMERS.
Denúncias do Cremers e de médicos do hospital sobre as más condições da estrutura e do funcionamento ilegal de uma Unidade de Tratamento Intensivo foram constatadas. Dois inquéritos civis estão abertos pelo Ministério Público (MP).

Uma das investigações é pelo uso indevido de uma ala de politraumatizados utilizada como UTI sem as condições de equipamentos e médicos disponíveis. Nesta quarta, durante a vistoria da promotora Débora Rezende Cardoso, pelo menos cinco pacientes que necessitariam de atendimento em uma UTI estavam na ala improvisada. A UTI adulta do hospital tem 10 leitos, todos ocupados.

Outra situação alertada ao MP é sobre as condições do telhado do hospital que, antigo, tem infiltrações. Em janeiro, o centro obstétrico foi interditado quando houve fortes chuvas e reaberto depois de transferido para outra ala do hospital.

— A administração do hospital sabe das condições precárias do telhado e está em processo para a troca, mas teremos que fazer um Termo de Ajustamento de Conduta para o funcionamento da UTI improvisada — explica a promotora, que deve marcar uma reunião de urgência com a equipe do hospital nos próximos dias.

De acordo com o vice-presidente administrativo do hospital, Alexandre Andara, um processo licitatório está aberto para a troca de todo o telhado do hospital, que é administrado por uma fundação do município. Serão necessários R$ 2,1 milhões para a obra.

O hospital necessitaria, no entanto, de R$ 8 milhões para que fossem feitas todas as reformas necessárias, conforme o administrador. Segundo Andara, pintura de paredes, troca de equipamentos e ampliação de 249 para 300 leitos seriam ideais para o bom funcionamento do hospital.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Corpo e mente em equilíbrio contra o câncer

Terapias complementares aplicadas em conjunto com técnicas convencionais promovem excelentes resultados

Fonte: Site Zero Hora - 26 de abril de 2011.

O paciente com câncer possui uma série de necessidades que integram o tratamento médico. Aspectos psicológicos, sociais e espirituais do ser humano devem ser levados em consideração e o paciente precisa ser tratado em sua integralidade. A fisioterapia e a reabilitação estão inseridas neste contexto e são práticas necessárias para a recuperação de alguns pacientes oncológicos que passaram por cirurgia ou sessões de radioterapia e quimioterapia.

— É preciso atender o paciente em sua totalidade, promovendo a reabilitação, avaliando a dor e visando a sua recuperação o mais rápido possível — explica a fisioterapeuta Priscila Mendoza, do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

Uma pesquisa realizada na Universidade de Harvard revela que 42% dos pacientes oncológicos norte-americanos utilizam pelo menos um tratamento complementar em conjunto com o tratamento tradicional. No Brasil, este número é ainda maior. 48% dos pacientes com câncer associam terapias complementares à medicina convencional.

— Não se trata apenas de eliminar o tumor. O bem-estar e a qualidade de vida devem ser observados. Os benefícios para o paciente são enormes — comenta o cirurgião oncológico Ricardo Antunes, diretor do IPC e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

As terapias complementares realizadas em conjunto com a fisioterapia convencional são terapias de pedras quentes, tratamento com argila e hidratação facial e corporal. A fisioterapeuta Priscila Mendoza explica que para cada paciente um plano de ação específico é desenvolvido com uma ou mais técnicas associadas. No caso do Centro de Medicina Integrada do IPC, cerca de 80 % dos pacientes atendidos no são mulheres em tratamento do câncer de mama.

— A associação das técnicas convencionais de fisioterapia com técnicas complementares é muito importante para a recuperação dos movimentos do braço dessas pacientes — diz Priscila.

Antunes finaliza destacando as vantagens da prática das terapias complementares:

— Elas aumentam a capacidade do corpo de lutar contra o câncer, diminuindo possíveis efeitos colaterais da quimioterapia e da radiação, como cansaço, enfraquecimento do sistema imunológico e depressão.

Entretanto, é importante diferenciá-las de terapias alternativas. As primeiras complementam o tratamento convencional e têm mostrado excelentes resultados. Já as terapias alternativas são tratamentos não aprovados realizados com o intuito de substituir o tratamento convencional podendo ser prejudiciais ao paciente.

Conheça algumas técnicas convencionais e complementares:

FISIOTERAPIA

:: Drenagem Linfática Manual - preventiva ou terapêutica em linfedemas de pós-operatório

:: Terapia Física Complexa - associação da drenagem linfática, enfaixamento compressivo funcional, exercícios e cuidados com a pele para pacientes com linfedema

:: Cinesioterapia - alongamento e exercícios para restaurar ou melhorar o desempenho de segmentos corporais comprometidos

:: Eletroterapia - método que utiliza corrente elétrica para diminuição da dor

:: Exercícios respiratórios - reabilitação respiratória em casos específicos

:: Termoterapia e Crioterapia - utilização do calor e do frio para alívio da dor e diminuição de espasmos

TERAPIAS COMPLEMENTARES

:: Pedras Quentes - colocação de pedras aquecidas sobre o corpo aliada à massagem para diminuir a tensão e promover uma melhor circulação e relaxamento corporal

:: Argila - terapia com argila pura ou associada a ervas terapêuticas

:: Hidratação facial e corporal - diminuição dos efeitos da quimioterapia e da radioterapia que podem ressecar a pele

terça-feira, 26 de abril de 2011

No Dia de Combate à Hipertensão Arterial, conheça os cuidados para manter uma boa pressão

Doença cardiovascular que atinge cerca de 30% da população brasileira, ou 50% após os 60 anos de idade

Fonte: Site Zero Hora - 26 de abril de 2011.

Esta terça-feira, 26 de abril, é considerada o dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, a doença cardiovascular que atinge cerca de 30% da população brasileira, ou 50% após os 60 anos de idade. O dia foi atribuído para alertar os indivíduos com predisposição genética e estilo de vida inadequado (sedentarismo, dieta hipersódica, hipercalórica e hipergordurosa) dos perigos que a doença pode causar, caso não se tomem cuidados para controlar a famosa pressão alta.

Hipertensão arterial é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias para se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados normais. Ela pode ser encarada como uma doença ou como um fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração pois, muitas vezes, não provoca sintomas ou estes são gerais, como dores de cabeça, tonturas e mal-estar.

A pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial estiver maior ou igual a 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Para essa consideração, os dados devem ser medidos várias vezes, de forma correta, com aparelhos calibrados e por profissional capacitado.

Segundo a nutricionista do Setor de Promoção à Saúde do HCor de São Paulo, Camila Gracia, as pessoas com maior risco de se tornarem hipertensas são aquelas com excesso de peso, que não têm uma alimentação saudável, ingerem muito sal, não praticam atividades físicas, consomem bebida alcoólica em excesso, são diabéticos ou têm familiares hipertensos.

— Com relação ao consumo de sal é importante reduzi-lo ao adicioná-lo às preparações no momento do cozimento e nos pratos já prontos, como, por exemplo, em saladas. Na maioria dos produtos industrializados o sódio é o nutriente que devemos nos preocupar e nos rótulos não há a informação da quantidade de sal e sim da quantidade de sódio.

A recomendação diária de sal é de 5g por dia, em média, e, para sabermos quanto de sódio podemos comer no dia temos que levar em consideração a conversão do sal para sódio e vice-versa — explica a nutricionista.

O número de óbitos no Brasil por doença arterial coronária aumenta a cada ano. No Brasil, são registrados aproximadamente 300 mil mortes por doenças do coração e cérebro anualmente, isto é, a cada dois minutos, ocorre um óbito em função destas doenças. Os estudos revelam, ainda, que esse número cresce anualmente devido ao inadequado controle dos principais fatores de riscos cardiovasculares como a hipertensão, diabetes e o aumento do colesterol.

— A moderação do consumo de sal é eficaz para todos os indivíduos, mesmo que existam pessoas mais e menos sensíveis ao consumo de sal na elevação dos níveis da pressão arterial. É importante considerar que o elemento nocivo é o sódio — que está presente no sal de cozinha. Muitos alimentos que não são adicionados de sal já possuem alto teor de sódio como é o caso dos embutidos, queijos, salgadinhos de pacote, conservas em salmoura e refeições prontas (sopas e congelados). Esses alimentos são considerados os maiores responsáveis pelos desequilíbrios pressóricos entre os portadores de hipertensão — explica Celso Amodeo, cardiologista do HCor.

Estudos mostram que entre as pessoas que consomem pouco sal, a pressão arterial não aumenta conforme a idade.

— Portanto fica evidente a necessidade de orientar a população, em especial as crianças, para tomarem muito cuidado no consumo de alimentos que contenham grande quantidade de sal. Atualmente, o sal é consumido numa quantidade duas vezes maior do que o recomendado pelos médicos (4 a 6g) distribuídos entre todas as refeições. Ao contrário disso consome-se em média cerca de 12 a 15 gramas por dia, e chega a uma quantidade superior em alguns estados nordestinos. Por isso, a pressão alta atinge em torno de 30 a 35% da população adulta, e pode chegar a mais de 50% na população mais idosa — esclarece o médico.

Cuidados para manter a pressão normal:

:: Controlar o estresse;

:: Reduzir o peso corporal;

:: Reduzir o consumo de álcool;

:: Reduzir o sal de cozinha, embutidos, enlatados, conservas, etc;

:: Abandonar o tabagismo;

:: Exercitar-se regularmente;

:: Evitar drogras que elevam a pressão arterial.

Mamografia tomográfica aumenta em 12% a detecção do câncer de mama

No Brasil, o exame vem sendo realizado há um ano em alguns centros de diagnóstico

Fonte: Site Zero Hora - 25 de abril de 2011.

Recentemente aprovada pelo FDA (órgão governamental que regula remédios, procedimentos, equipamentos e alimentos nos Estados Unidos), a mamografia tomográfica — ou tomossíntese — é capaz de aumentar ainda mais a detecção precoce do câncer de mama, em relação à mamografia digital.

No Brasil, o exame vem sendo realizado há um ano, porém ainda em poucos centros de diagnóstico. O primeiro equipamento instalado na América do Sul já permitiu que a avaliação dos resultados dos 818 exames realizados entre maio e dezembro de 2010 fosse apresentada pelo médico radiologista Aron Belfer no Congresso Europeu de Radiologia, em Viena (Áustria). Segundo o resultado, houve um aumento de 12% na detecção da doença.

— Um dos grandes avanços para a detecção precoce do câncer de mama, aliado à mamografia digital, é a mamografia tomográfica. Ela é muito semelhante à mamografia convencional e é feita no mesmo tipo de mamógrafo, fazendo com que a mama permaneça comprimida por mais alguns segundos e fornecendo então essas imagens tomográficas — diz Belfer.

De acordo com a doutora Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama, alguns estudos apontam que a mamografia por tomossíntese detecta entre 7% e 17% mais câncer de mama que a mamografia convencional. Na opinião da médica, a vantagem dessa nova técnica é que ela possibilita enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas, que são difíceis para a mamografia convencional.

— Diagnosticar precocemente significa tumores menores de um centímetro. Na mamografia tradicional, dependendo da densidade da mama, essa detecção não é tão precoce assim. Para a paciente, a detecção precoce é a coisa mais importante que se procura obter, porque significa uma cirurgia menor, um prognóstico melhor e uma sobrevida maior — explica a radiologista.

Importante evolução para as mulheres

Nos Estados Unidos, há mais de dez anos a mamografia digital passou a substituir a mamografia tradicional, realizada com filmes de raio-X. Hoje, mais de 70% das clínicas de diagnóstico por imagem já adotaram a tecnologia naquele país. No Brasil, a mamografia digital pode ser encontrada nos centros de diagnóstico mais importantes do país.

Se a imagem digital é mais nítida, facilitando a detecção precoce do câncer de mama, a tomossíntese representa um avanço ainda mais relevante para a saúde feminina e permite ver o câncer de uma forma nunca antes possível com a mamografia de rotina. O exame leva poucos segundos mais que a mamografia 2D. Assim como na mamografia convencional, a mama é comprimida entre duas partes do aparelho. Mas, ao invés de serem geradas duas imagens, são geradas 15 — num arco de 15 graus.

— Na mamografia tomográfica, como a gente vê os planos em separado, não há a superposição de estruturas da glândula mamária. Já nas mamografias convencionais essa superposição cria imagens falsas, que exigem radiografias complementares para esclarecimento. Na avaliação apresentada em Viena, houve redução de 39% da necessidade de imagens adicionais. Para a paciente, isso significa menos estresse e ansiedade, menos radiação e menos incômodo. Afinal, evita-se que a paciente tenha de retornar ao serviço de radiologia para fazer mais imagens — diz Aron Belfer.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ABRASUS denuncia falta de médico e venda ilegal de fichas em Posto de Saúde

Fonte: ABRASUS - 20 de abril de 2011.

Associações dos bairros Humaitá e Farrapos, de Porto Alegre, e a Associação Brasileira Em Defesa dos Usuários de Sistema de Saúde (ABRASUS) contestam carências na assistência médica dessa comunidade e alertam autoridades locais sobre problemas como a falta de médico-clínico geral, desde Julho de 2010, neste local.




Os pacientes que precisam de atendimento médico são encaminhados ao Posto de Saúde Navegantes, que fica em outro bairro. Neste local, os cidadãos chegam a esperar cerca de um mês, para consulta com o clínico. Os idosos enfrentam dificuldades para comparecer nas consultas agendadas, por enfrentarem limitações físicas para uso de transporte coletivo.

Além do problema com a falta de médico, as comunidades denunciam ilegalidades na marcação de consultas, como a venda ilegal de fichas no Posto Diretor Pestana. A representante da Associação dos Moradores da Vila Tecnológica, Dinamara Laux, faz críticas ao processo: "Isso não pode ocorrer, já que o atendimento médico pelo SUS deve ser gratuito", ao explicar que os fraudadores ficavam na fila, retiravam a ficha e depois vendiam.

Segundo a Presidente da Associação dos Moradores do Parque Humaitá, Palmira Marques da Fontoura, para evitar a reincidência de fraude, os atendentes do referido Posto de Saúde exigem documento de identidade e o número do prontuário do paciente. Mesmo assim, a chamada "quadrilha das fichas de consulta" pratica a venda domiciliar do agendamento de uma consulta médica, no valor de R$ 20,00.

Mesmo com a ação da Brigada Militar, no Diretor Pestana, os integrantes da "quadrilha" ameaçam os trabalhadores do Posto de Saúde, como forma de conseguirem as agendas de atendimento. Assim, a ABRASUS vai denunciar os problemas da localidade através de ofício encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde da capital; além de agendar reuniões com autoridades afins, com propostas que possibilitam a redução de problemas no atendimento à população desses bairros.

Tais ações serão divulgadas no blog da ABRASUS, para que a comunidade possa acompanhar e participar com manifestações de apoio ou sugestões de melhorias à saúde das comunidades de Porto Alegre.

Mais fotos do encontro:








Secretaria de Saúde confirma cinco casos de dengue contraídos na Capital

Quatro casos da doença foram detectados no bairro Azenha

Fonte: Site Zero Hora - 20 de abril de 2011.

A Secretaria da Saúde confirmou, neste manhã, cinco casos autóctones de dengue em Porto Alegre. Três pacientes residem no bairro Azenha, um no Partenon e outro é morador de Alvorada, mas trabalha no bairro Azenha. Nenhum deles tem histórico de deslocamento para áreas de transmissão.

Equipes da vigilância sanitária realizam bloqueio epidemiológico desde o final da noite de ontem nas regiões afetadas.

Neste momento, a Secretaria considera os casos isolados e, com o bloqueio, descarta a possibilidade de proliferação da doença.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli, foram tomadas todas as medidas de controle, inclusive com a realização de bloqueio de transmissão, e não há uma situação de epidemia na Capital.

— São casos isolados. Não temos uma situação de epidemia e a transmissão está restrita a esses locais — afirmou.

Em Porto Alegre, até o momento, 128 casos foram investigados, 110 foram descartados e 18 confirmados (cinco autóctones e os outros casos são importados).

OMS faz acordo para conter pandemias de gripe no mundo

Desde novembro de 2007, a OMS negocia um acordo global para a prevenção, diagnóstico e tratamento da gripe

Fonte: Site Zero Hora - 19 de abril de 2011.

Os representantes dos 193 países, que integram a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiram um plano de ação para conter pandemias de gripe no mundo. A ideia é unificar os regimes jurídicos, ampliar as parcerias dos laboratórios e indústrias farmacêuticas, além de agilizar o acesso às vacinas e medicamentos antivirais, assim como facilitar o uso do material para diagnóstico. As informações são da OMS.

— Esta foi uma longa jornada para chegar a este acordo, mas o resultado final é uma vitória muito importante para a saúde pública — afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

Para o diretor-geral adjunto de Saúde e Segurança da OMS, Keiji Fukuda, um plano com abordagem unificada e global garante a maior possibilidade de sucesso a uma ação nesta área.

As medidas favorecem principalmente, segundo especialistas, os países pobres. O objetivo é concentrar os esforços na prevenção da gripe sazonal e ameaças de pandemia, como a que envolve o vírus H5N.

As decisões foram tomadas depois de quase uma semana de negociações do grupo de trabalho convocada pela Assembleia Mundial da Saúde e coordenada pela OMS. Nas discussões, os especialistas advertiram que em muitos países a principal dificuldade está no acesso ao controle da doença, assim como nos trabalhos de diagnóstico e tratamento.

Para a OMS, as medidas definidas vão ajudar a garantir acesso mais equitativo às vacinas a preços acessíveis e, ao mesmo tempo, assegurar o fluxo de amostras de vírus para as análises de avaliação de riscos para a saúde pública e desenvolvimento de vacinas.

Desde novembro de 2007, a OMS negocia um acordo global para a prevenção, diagnóstico e tratamento da gripe. A discussão começou por causa das preocupações de que o vírus da gripe aviária (H5N1), no Sudeste da Ásia, tornar-se uma pandemia.

Na ocasião foi aprovado um plano para garantir que, no caso de uma pandemia, a percentagem de amostras de vírus da gripe e para agilizar a sua resposta à proteção da saúde pública.

O documento incluiu a unificação de regimes jurídicos, uma ação conjunta dos laboratórios com a indústria farmacêutica em países industrializados e países em desenvolvimento.

Fonte Original: AGÊNCIA BRASIL

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nova esperança contra o câncer: crizotinibe é testado para tratar tumores no pulmão

Nos Estados Unidos, agência reguladora deve aprovar uso da nova droga em breve

Fonte: Site Zero Hora - 19 de abril de 2011.

Ao usar pela primeira vez na história a palavra carcinoma para descrever tumores, o médico grego Hipócrates (460-370 A.C.) jamais imaginaria a que nível de evolução a medicina chegaria em relação ao câncer. Diversos fatos marcaram essa história até chegarmos aos dias de hoje, quando tendências promissoras de tratamentos apontam para o foco no perfil genético do paciente. Na prática, isso significa soluções cada vez mais personalizadas para combater os tumores.

No caso de um tipo de câncer de pulmão (o de células não-pequenas — CPNPC), há estudos em andamento com o composto crizotinibe, que segue a tendência de usar marcadores biológicos. Ele atua inibindo uma enzima que é produzida por um gene resultante de uma translocação especifica, a qual possui atividade carcinogênica.

Estudos recentes com o crizotinibe mostraram que doses diárias da droga reduziram o tamanho dos tumores de mais da metade de um grupo de pacientes de câncer de pulmão, cujas células tumorais possuíam alterações em um gene. Em outro terço dos participantes do estudo, o crizotinibe estabilizou o tamanho do tumor. Apesar dos resultados iniciais serem bastante promissores, estudos adicionais estão em andamento para se confirmar a eficácia da nova droga no tratamento do câncer de pulmão.

Acredita-se que essa alteração no gene tenha um importante papel na oncogênese e estima-se que esteja presente em aproximadamente 3% a 5% dos pacientes com este tipo de câncer de pulmão. Atualmente, apenas 15% dos pacientes respondem ao tratamento padrão para câncer de pulmão de células não-pequenas.

Nos Estados Unidos, o pedido de aprovação de crizotinibe deve ocorrer antes dos estudos serem concluídos. O FDA (agência americana reguladora de medicamentos e alimentos) criou tal processo para facilitar o desenvolvimento e revisão de dados de medicamentos em estudo que tratam doenças graves e com potencial de suprir necessidades médicas não atendidas — ou seja, enfermidades que ainda não possuam tratamentos eficazes disponíveis no mercado. Caso aprovado pela agência americana, o crizotinibe será o primeiro medicamento de administração oral da classe dos inibidores da enzima ALK para o tratamento de CPNPC.

Fabricantes de medicamentos também estão avaliando o uso do crizotinibe em outros tipos de tumores que possuam essa translocação cromossômica para determinar outros pacientes que poderiam se beneficiar do uso dessa nova droga.

O câncer de pulmão

Mundialmente, o número de mortes causadas por câncer deve continuar crescendo e, em 2030, deve alcançar 12 milhões, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde1 (OMS). Entre eles, o câncer de pulmão é o tipo mais frequente nos homens (e o segundo entre as mulheres) no mundo quando considerado número de mortes.

Há diferentes tipos de câncer de pulmão: os de células pequenas (CPCP) e os de não-pequenas células (CPNPC) — este último representa de 85% a 90% dos casos de tumores pulmonares e possui ainda três principais subtipos histológicos (o de células escamosas, o adenocarcinoma e o carcinoma de grandes células). Eles estão no grupo dos CPNPC por possuírem forma de tratamento e prognóstico similares. Dos pacientes com CPNPC, 75% recebem diagnóstico tardio: quando já apresentam metástase ou um grau avançado da doença, em que apenas 6% possui taxa de sobrevida de cinco anos.

Cerca de 3% a 5% dos pacientes com CPNPC apresentam alterações no gene ALK. Acredita-se que essas alterações sejam fatores-chave no desenvolvimento do tumor. As causas do CPNPC onde essa alteração genética está presente não são totalmente conhecidas. Sabe-se, no entanto, que diferentemente dos demais tipos de cânceres de pulmão, onde uma das principais causas é o fumo, pacientes com CPNPC com essa alteração são mais frequentemente não fumantes, mulheres, asiáticos e mais jovens.

Tratamentos contra o câncer

:: Cirurgia

John Hunter (cirurgião escocês, 1728 a 1793) acreditava que alguns tipos de tumor poderiam ser curados com cirurgia, especialmente os que ainda não haviam acometido tecidos próximos. As limitações da cirurgia como tratamento do câncer foram reconhecidas depois que especialistas passaram a entender melhor os mecanismos da metástase.

:: Radioterapia

No início do século XX, na França, descobriu-se que doses diárias de radiação aplicadas durante semanas, poderiam aumentar as chances de cura de pacientes com câncer.

:: Quimioterapia

O início da quimioterapia se deu quando o pediatra americano Sidney Farber, ao estudar os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemia na década de 1940, contribuiu para o desenvolvimento do metotrexato — medicamento que até hoje é utilizado como parte do tratamento de tumores e atua inibindo o metabolismo do ácido fólico. Atualmente, a quimioterapia foca cada vez mais nas células cancerígenas (e menos nas saudáveis), provocando menos efeitos colaterais nos pacientes.

:: Terapias-alvo

No final da década de 90 e início dos anos 2000 esse tipo de tratamento passou a ser utilizado para diferentes tumores. Há inclusive medicamentos administrados via oral, ao invés de ser injetável, o que melhora a qualidade de vida do paciente. Entre as principais técnicas de terapias-alvo estão:

— Antiangiogênica: atuação no bloqueio da formação de novos vasos sanguíneos responsáveis pelo crescimento e suprimento dos tumores;
— Imuno-oncologia: "desperta" o sistema imunológico do paciente para que o mesmo possa enfrentar o câncer em melhores condições;
— Inibidores da transdução de sinal: interrompem os sinais anormais de crescimento e proliferação entre células cancerosas;
— Citotóxicos/potenciadores: exploram os agentes com ação direta sobre a célula tumoral, provocando sua morte ou potencializando essa ação causada primariamente por outros agentes quimioterápicos;
— Inibidores PARP: ao bloquear as enzimas PARP , esses medicamentos podem tornar as células cancerígenas mais sensíveis ao tratamento, contribuindo para a morte das mesmas.

Cerca de 10% dos casos de câncer são atribuídos ao álcool

A pesquisa revela também que pelo menos 40% dos casos atribuíveis à ingestão de álcool se dão em indivíduos que superam habitualmente os limites recomendados de consumo

Fonte: Site Zero Hora - 18 de abril de 2011.

Cerca de 10% dos casos de câncer em homens e de 3% em mulheres são atribuídos à ingestão de álcool, revela um estudo realizado em oito países europeus. Os resultados da pesquisa, publicados na revista científica British Medical Journal, revelam também que pelo menos 40% dos casos de câncer atribuíveis à ingestão de álcool se dão em indivíduos que superam habitualmente os limites recomendados de consumo diário de bebidas alcoólicas. A pesquisa, dirigida pelo epidemiologista alemão Madlen Schütze, foi realizada na França, na Itália, na Espanha, no Reino Unido, na Holanda, na Grécia, na Alemanha e na Dinamarca.

— Nossos dados revelam que muitos casos de câncer poderiam ter sido evitados se o consumo de álcool se limitasse às recomendações de muitas organizações de saúde. E se evitariam muitos mais casos se as pessoas reduzissem sua ingestão de álcool para abaixo desses limites, ou inclusive parassem de beber — afirma Schütze.

Os resultados estão baseados nas estimativas de risco de um estudo sobre câncer e nutrição, chamado Epic. A pesquisa foi realizada entre 1992 e 2000 com 520 mil pessoas entre 35 e 70 anos escolhidas ao acaso em dez países europeus, e nos dados sobre consumo de álcool da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A pesquisa analisou 363.988 homens e mulheres incluídos no Epic, que responderam a um questionário sobre sua alimentação e seu estilo de vida.

A enquete incluía perguntas específicas sobre o consumo de álcool como quantidade, frequência e tipo de bebida consumida no momento em que foram consultados e nos 12 meses anteriores.

Cenoura e batata-doce contra o câncer

Nutriente dificulta crescimento das células, assim como sua proliferação e sobrevivência

Fonte: Site Zero Hora - 18 de abril de 2011.

Um nutriente encontrado na cenoura e na batata-doce pode ser a peça chave no combate ao câncer de mama em estágios iniciais, de acordo com uma pesquisa do Fox Chase Cancer Center, dos Estados Unidos. Os resultados foram apresentados na reunião anual da Associação Americana para a Pesquisa de Câncer. Segundo os cientistas, o ácido retinoico, um derivado da vitamina A, dificulta o crescimento das células, assim como sua proliferação e sobrevivência.

Testes clínicos em curso que utilizaram a substância com o objetivo de combater o câncer não se mostraram muito promissores, mas a equipe do Fox Chase Cancer Center afirma ter descoberto seu mecanismo de ação, um passo importante para o desenvolvimento de terapias bem-sucedidas.

Entenda melhor

:: No organismo, o ácido retinoico liga-se a uma estrutura chamada receptor beta (RAR-b), e pode ser por meio dessa ação que ele aja como um supressor de tumores;

:: Uma diminuição na quantidade de RAR-b nos tumores está associada à progressão do câncer. Já o aumento do gene no organismo relaciona-se a respostas positivas de pacientes que se submetem a certas intervenções clínicas;

:: Acredita-se que a ativação do receptor possa limitar o crescimento das células, ao regular sua expressão gênica. Os mecanismos, porém, ainda não são bem compreendidos.

Mantenha seu coração saudável

Fazer consultas periódicas com um cardiologista e seguir as recomendações médicas é uma maneira de prevenir essas enfermidades e manter a qualidade de vida

Fonte: Site Zero Hora - 18 de abril de 2011.

A partir dos 40 anos, as doenças do coração se tornam mais frequentes na maioria da população. Fazer consultas periódicas com um cardiologista e seguir as recomendações médicas é uma maneira de prevenir essas enfermidades e manter a qualidade de vida.

A cada ano, são registrados milhares de novos casos de portadores de insuficiência cardíaca, doença caracterizada pela dificuldade de o coração bombear sangue para o corpo, o que pode levar à dificuldade em exercer atividades físicas habituais e a perda da qualidade de vida. O cardiologista Rubens Darwich, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, chama a atenção para problemas que atingem o coração, como a pressão arterial mal tratada ou não controlada.

Siga as dicas

:: Controle a pressão arterial;

:: Faça dietas balanceadas e reduza a quantidade de sal nos alimentos;

:: Pratique exercícios físicos regularmente;

:: Perca peso;

:: Evite bebidas alcoólicas;

:: Não fume.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Devemos olhar para a hemofilia acreditando que é possível viver bem", diz presidenta da FBH

Portadores do distúrbio que se caracteriza por uma alteração genética que afeta a coagulação do sangue devem investir na prevenção

Fonte: Site Zero Hora - 17 de abril de 2011.

O Dia Mundial da Hemofilia, comemorado neste domingo, 17 de abril, tem a missão de chamar a atenção da população para um distúrbio sério, que se caracteriza por ser uma alteração genética da coagulação do sangue e se manifesta por sangramentos prolongados. Se não tratados, esses sintomas podem levam à morte.

Segundo a presidenta da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), Tania Maria Onzi Pietrobelli, os problemas mais graves são os sangramentos internos: cerebrais, abdominais ou intra-articulares. Os intra-articulares destroem a cartilagem. Bastam três sangramentos para lesionar as articulações, que levam a deformidades físicas irreversíveis com dores permanentes.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10 mil pessoas têm o diagnóstico de hemofilia no Brasil, que ocupa mundialmente o terceiro lugar em número de pacientes — só no Rio Grande do Sul, há cerca de 1,5 mil hemofílicos. O tratamento é multidisciplinar, mas o mais importante é repor semanalmente a proteína responsável pela coagulação de sangue.

— Por isso, estamos enfatizando nesta campanha (cujo nome é Hemofilia no Tom da Vida) a importância do tratamento preventivo. É por meio dele que uma pessoa evita de se tornar deficiente física, que vá parar numa cadeira de rodas. Porém, o Brasil ainda está no nível de sobrevivência, ou seja, há uma cultura de disponibilizar mais o tratamento emergencial. Precisamos mais do que isso — explica Tania.

Na Capital, os portadores da deficiência tem à disposição tratamento multidisciplinar pelo Serviço Único de Saúde (SUS) — medicamentos (fator 8 e 9), odontologia, fisioterapia, psicologia — na Clínica de Hematologia, setor do Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul (Hemorgs).

A coordenadora da clínica, Adriana Celia Luz, confirma que a maior dificuldade é fazer com que as pessoas se mantenham em tratamento, principalmente as que moram no Interior por ter maior dificuldade de transporte. Além de Porto Alegre, hemofílicos retiram medicamentos em Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria.

— Devemos olhar para a hemofilia de forma positiva, acreditando que é possível viver bem. Todos os pacientes têm direito constitucional ao tratamento que lhes garantirá uma vida sem limitações — acrescenta Tania.

Saiba mais

O que é
:: A hemofilia é um distúrbio hemorrágico de origem genética ligado ao cromossomo X, que acomete quase exclusivamente indivíduos do sexo masculino e é causado pela ausência de uma proteína que ajuda na coagulação do sangue.

A coagulação
:: O sangue contém muitas proteínas, entre elas os chamados fatores de coagulação. São 13. Eles trabalham juntos e são responsáveis pela formação do coágulo que estanca o sangramento (coagulação).

:: Se um dos fatores está ausente ou diminuído, a reação em cadeia é interrompida, o coágulo não se forma corretamente, e o sangramento continua.

:: No caso do hemofílico há uma deficiência nos fatores 8 e 9 e o paciente precisa de reposição dessas proteínas para combater os sangramentos.

Os tipos
:: A hemofilia do tipo A é a mais comum. Por estar ligada ao cromossomo X, o distúrbio acomete quase exclusivamente indivíduos do sexo masculino, com uma prevalência de um a cada 10 mil nascimentos. Os sintomas aparecem no primeiro ano de vida, em geral quando a criança começa a engatinhar, e são caracterizados por manchas roxas na pele, hematomas, sangramentos nas articulações e até hemorragia cerebral. A hemofilia do tipo B, menos comum, é a falta do fator 9.

O tratamento
:: O tratamento da hemofilia pode ser realizado por demanda, aplicando-se o fator de coagulação somente após a ocorrência de um episódio hemorrágico, ou como profilaxia, com aplicação periódica do fator para evitar possíveis sangramentos. Entre as pessoas com hemofilia, 80% têm o tipo A e necessitam da reposição de fator 8 de coagulação. O restante, que tem o tipo B, necessita do fator 9.

O Brasil
:: O Brasil ocupa a terceira posição mundial em relação ao número de pacientes com hemofilia, com cerca de 10 mil pessoas diagnosticadas. Atualmente, a maioria delas recebe do Ministério da Saúde o tratamento feito por demanda, ou seja, apenas quando ocorrem sangramentos. Isso pode trazer complicações irreversíveis, como o comprometimento das articulações, que pode levar a limitações físicas.

Preste atenção
:: As pessoas com hemofilia podem ter qualidade de vida, sem nenhuma limitação, desde que recebam o tratamento adequado. Quando o paciente não realiza o tratamento podem acontecer alterações crônicas, irreversíveis e progressivas. Uma das principais complicações da doença são os comprometimentos das articulações, que muitas vezes resultam na necessidade do uso de próteses ortopédicas e geram incapacitação física, que limita ou até impossibilita uma vida produtiva.

Acesse

O lado da radiação que pode salvar

A radiação que assustou o mundo após o acidente nuclear no Japão é uma importante aliada da medicina no diagnóstico e tratamento de doenças

Fonte: Site Zero Hora - 16 de abril de 2011.

A radiação salva. A ideia parece distante da realidade quando se pensa no recente acidente nuclear provocado por um terremoto em Fukushima, no Japão. Embora a exposição excessiva à radiação apresente malefícios, a utilização em níveis adequados ajuda a salvar vidas.

— A radioatividade é a mesma sempre. O que vai variar são os tipos de isótopos que estão sendo usados e o tempo em que as pessoas estarão expostas — diz a chefe do Serviço da Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), médica nuclear Ilza Moraes.

Em aliança com a medicina, a radioatividade é utilizada como importante ferramenta para diagnósticos por imagem e tratamento de enfermidades.

Há os métodos tradicionais, como Raio X, tomografia computadorizada e cateterismo, e o mais recente, a chamada medicina nuclear, na qual o paciente ingere, inala ou recebe por via endovenosa o radiofármaco que contém pequenas quantidades de radiações. É possível tanto diagnosticar doenças quanto usá-la com objetivos terapêuticos _ como a iodoterapia para tratar problemas de tireoide.

Segundo o médico nuclear do Hospital Moinhos de Vento Gabriel Blacher Grossman, após ingerir a substância radioativa, o paciente é posicionado sob um equipamento chamado gama-câmara para a realização do exame denominado cintilografia. O radiofármaco se concentra no órgão avaliado, emitindo a energia que será captada pelo equipamento. Por meio de sofisticados softwares, essa energia é transformada em uma imagem que será analisada pelo médico.

— Essa imagem é fundamental para a avaliação do órgão que será examinado. É importante frisar que utiliza-se uma pequena dose de radiação de baixa intensidade, ou seja, que não faz mal à saúde. Em contrapartida, o exame proporciona o benefício da informação, como a descoberta de um câncer, que é muito maior do que o risco da radiação em si — diz o médico.

Atualmente, são realizadas cintilografia miocárdica (do coração), óssea, renal, cerebral, pulmonar, da tireoide, da paratireoide, das glândulas salivares, entre outros órgãos. Como o radiofármaco se distribui pelo órgão a ser estudado, o médico pode avaliar o seu funcionamento e detectar a presença de doenças que, muitas vezes, podem não ser percebidas por outros exames.

Cerca da metade das cintilografias realizadas nos hospitais é a do miocárdio (coração). Esse exame avalia a circulação do sangue pelas coronárias e pode revelar a presença de isquemia — falta de circulação do sangue no coração — ou de infarto.

— O exame tem destaque na medicina nuclear porque ajuda a definir os primeiros passos que o médico vai tomar com o paciente que chega com uma dor no peito, por exemplo — explica Grossman.

Nova arma contra câncer

Dentro da área da medicina nuclear existe um equipamento de última geração capaz de mudar os rumos de um tratamento de câncer. O PET-CT é responsável por combinar duas técnicas que antes tinham de ser empregadas separadamente: a imagem anatômica e a imagem funcional, que é uma espécie de fotografia detalhada que destaca os tecidos e órgãos utilizando flúor 18.

Dessa forma, ele produz um terceiro tipo de imagem que facilita o diagnóstico de pacientes com câncer, também servindo para determinar o estágio de avanço da doença e as chances de recuperação do portador, além de permitir melhor definição do tratamento e melhorar o monitoramento de cada caso.

— O PET-CT mostra um tumor quando os outros métodos de imagem não conseguem. Ele está em voga porque mudou definitivamente a conduta médica ao dar um novo rumo ao tratamento, podendo por exemplo cancelar uma intervenção cirúrgica — esclarece a médica nuclear Clarice Sprinz, chefe do Serviço de Medicina Nuclear e PET-CT do Hospital Mãe de Deus.

Para isso, é preciso injetar no paciente, antes do exame, um composto com glicose. As células doentes costumam consumir mais glicose do que as normais, e essa diferença é captada pelo equipamento, que indica com clareza o local exato da lesão. A sensibilidade do PET-CT possibilita até mesmo ver se determinado câncer está ativo ou não. Com esses dados em mãos, os médicos têm melhores condições para determinar o diagnóstico, a extensão do câncer e o tratamento. Em 30% a 50% dos casos, muda-se a forma de tratamento após o exame.

— É aplicado para vários tipos ou suspeitas de câncer, mas principalmente linfomas, de pulmão, melanoma (pele), de cabeça e pescoço, colorretal. Além disso, estão na lista o de esôfago, tireoide e mama em estágio avançado — diz a médica.

A contraindicação é para gestantes devido à radiação emitida durante o procedimento. Também é necessário que os pacientes diabéticos estejam com a doença controlada.

O gosto da esperança

Em 2009, a psicóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Carla Vasques, 42 anos, descobriu num exame de rotina que seu TSH (hormônio estimulante da tireoide) estava um pouco elevado. A endocrinologista solicitou uma ecografia da glândula, e o exame detectou um nódulo de 0,5 centímetros. O próximo passo foi uma biópsia, que acabou apontando um carcinoma. Carla era portadora de um câncer.

— Apesar do susto — a palavra câncer é impactante —, a cirurgia (para remoção da tireoide, a tireoidectomia) foi supertranquila. É importante cercar-se de bons médicos. Além disso, cercar-se de pessoas que nos amam é fundamental — diz a psicóloga, lembrando que, durante um mês, a recomendação foi não usar hormônios e cortar todo o sal e alimentos iodados, tudo em função da iodoterapia que estava por vir.

Carla desconhecia essa área da Medicina. Conta que teve medo.

— Seria uma mulher radioativa? Ficaria verde? Pensei muitas bobagens. Chorei. No dia de tomar o iodo, a médica levou-o em uma caixinha toda blindada, altamente contaminante. Para uma pessoa saudável, a radioatividade é um veneno. Para mim, foi a cura. Um vidro bem pequeno. Um líquido incolor, sem cheiro. Bebi com toda a minha força e fé. E, afirmo, o gosto é de esperança — lembra.

Desde então, Carla faz exames regularmente e usa medicação todos os dias. Ela tem uma vida normal, e está curada.

Tire suas dúvidas

:: O que é radiação?
É a energia que se propaga no espaço na forma de partículas ou ondas eletromagnéticas. Ela é emitida por núcleos de átomos radioativos.

:: Onde ela está presente?
Há a radiação natural presente na Terra. O homem também pode criar novos elementos radioativos, como um reator nuclear, ou mesmo máquinas que geram radiação, por exemplo um Raio X diagnóstico.

:: Radiação faz mal?
As radiações não são inócuas, elas podem produzir alterações que levam à morte ou a mutações celulares. Por esse motivo, elas são utilizadas em tratamentos médicos para eliminar células cancerígenas. Por outro lado, são úteis para a formação de imagem para diagnósticos e para tratamento de doenças.

:: O que é medicina nuclear?
A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza pequenas doses de radiação para a realização de diagnósticos e doses um pouco maiores com objetivos terapêuticos (tratamento de doenças da tireoide, por exemplo). Na área diagnóstica, a medicina nuclear avalia predominantemente o funcionamento do órgão analisado. Existe também o uso de radiação para tratamento paliativo da dor óssea em pacientes com câncer.

:: Que que é iodoterapia?
A parte da medicina nuclear que busca eliminar o câncer de tireoide é a chamada iodoterapia, um tratamento feito à base de iodo-131. Depois de retirar o câncer de tireoide por meio de cirurgia, o paciente passa para um leito especial no hospital, onde ingere uma dose de iodo radioativo via oral. O iodo faz parte do metabolismo da tireoide na síntese dos hormônios tireoideanos. Ao fazer o tratamento, a iodoterapia remove os restos da tireoide e a metástase se houver. Há grandes chances de cura para esse tipo de câncer.

:: Qual a diferença do líquido que vazou dos reatores nucleares de Fukushima, no Japão, e o iodo-131 usado na iodoterapia?
É o mesmo, o que muda é a quantidade. A dose usada no tratamento é tão pequena que pode ser comparada com um grão de areia no deserto. Por isso não faz mal.

:: Que exames usam radiação?
O ultrassom (como se fosse um radar), a ressonância magnética (utiliza ondas de rádio), a tomografia computadorizada (radiação ionizante, onde o equipamento emite radiação). Na medicina nuclear, as cintilografia utiliza radioisótopos.

:: Como sei que estou recebendo radiação por meio de um exame?
O paciente deve receber a orientações sobre o exame.

:: Faz mal receber essa radiação?
A quantidade é mínima e não faz mal, mas o exame sempre deve ter indicação médica.

:: Existe um período que se deve respeitar entre um exame e outro?
Não existe um período mínimo estabelecido. Deve ser feito de acordo com indicação médica e a necessidade.

:: Crianças podem receber?
Se há indicação, sim. As doses de radiofármaco são ajustadas por peso.

:: Por que a radiação causa câncer?
A radiação só causa câncer em quantidades muito superiores a estabelecidas em convenções internacionais ou quando a pessoa é submetida a exposições prolongadas. Nesse caso, ela transfere a sua energia para componentes vitais nas célula, o que altera a sua estrutura e consequentemente, a sua função.

Fontes Originais: físico Edulfo Eduardo Dias Rios, professor do Departamento de Biofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), físico nuclear Telpo Martins Dias, médica nuclear Clarice Sprinz, chefe do Serviço de Medicina Nuclear e PET-CT do Hospital Mãe de Deus, médica nuclear Ilza Moraes, chefe do Serviço do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uso excessivo de anti-inflamatórios e sal pode levar à insuficiência renal

A evolução da doença renal pode levar à falência do órgão, tornando inevitável a necessidade de reposição renal, como hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal

Fonte: Site Zero Hora - 14 de abril de 2011.

Obesidade, consumo excessivo de sal, baixa ingestão de água e uso indiscriminado de anti-inflamatórios: estes hábitos inadequados, resultado do estilo de vida moderno, são fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença renal, lesão caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função do rim. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica atinge 11% da população, sendo que deste montante cerca de 90% não sabe que tem o problema, já que é uma doença silenciosa e sem sintomas aparentes nos primeiros estágios.

São cinco estágios que definem a capacidade de filtração dos rins. Pode-se dizer que caso o órgão perca até 50% da sua capacidade, não há danos representativos ao paciente. Com a perda de mais de 50%, começam a surgir sinais de que os rins não estão conseguindo filtrar suficientemente, provocando alterações nos exames de sangue (elevação da creatinina e ureia), com evolução crônica e lenta até necessitar de diálise ou transplante. Quando identificada precocemente, há como tornar mais lentas e até prevenir as complicações decorrentes desta doença, pois os rins interferem em vários sistemas do organismo.

Transplante

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), de janeiro a dezembro de 2010, foram realizados 4.630 transplantes renais, representando um aumento de 8% em relação a 2009. O Estado campeão de transplantes foi São Paulo, totalizando mais de 2 mil órgãos transplantados.

O transplante renal pode ser realizado em todo indivíduo portador de doença renal crônica em estádio V, isto é, quando a filtração é menor que 10%. No caso de crianças com menos de dois anos, e adultos acima de 70 anos, as condições para o procedimento devem ser avaliadas em cada caso. Geralmente, o grupo de risco para a doença renal é formado por idosos, obesos, diabéticos, hipertensos ou pessoas com histórico familiar. É muito importante que o paciente realize exames de urina e dosagem de creatinina no sangue, anualmente. Uma vez necessário o procedimento, há um longo caminho de medicamentos para impedir a rejeição do órgão.

De acordo com a nefrologista Zita Maria Leme Brito, antes que um quadro de doença renal crônica evolua, é melhor prevenir e evitar a necessidade de terapia renal substitutiva (hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal).

— Hábitos alimentares saudáveis, com baixo teor de sódio, prática diária de exercícios físicos, além de controle da pressão arterial, glicemia, obesidade e acompanhamento de qualquer alteração da função ou morfologia renal, são maneiras de ter uma vida mais saudável e evitar este mal que atinge uma parcela significativa da população — explica.

Mudança de hábitos

Estudos apontam que a redução de 3 g no consumo diário de sal diminuiria em 13% os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e em 10% as doenças isquêmicas do coração. Por isso, a médica acrescenta que a necessidade de controle do consumo do sal na alimentação já virou questão de saúde pública, já que o uso abusivo pode causar hipertensão arterial e derrames cerebrais, além de ser um fator determinante para desencadear patologias renais, devido ao acúmulo de sódio e à facilidade de formação de cálculos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, o brasileiro consome cerca de 13 g de sal por dia. A expectativa é que, até 2020, o consumo de sal pela população brasileira seja reduzido em 50%, alcançando os 5 g (uma colher de chá) de sal por dia.

Os pacientes também devem ficar atentos ao uso indiscriminado de anti-inflamatórios, que pode agravar o quadro clínico. Como sua administração não é controlada, essas substâncias são vendidas livremente nas farmácias. Os anti-inflamatórios inibem a prostaglandina, enzima responsável pelas funções dos rins. Sendo assim, o uso destes medicamentos é contraindicado por pacientes que já possuem problemas renais. Caso não tomem este cuidado, o problema pode evoluir para um quadro de insuficiência renal aguda, devido à falta de proteção da enzima.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Especialista dá dicas para evitar a insuficiência cardíaca

No Brasil, são registrados 240 mil novos casos de portadores da enfermidade

Fonte: Site Zero Hora - 11 de abril de 2011.

No Brasil, segundo o Datasus, são registrados 240 mil novos casos de portadores de insuficiência cardíaca, doença caracterizada pela dificuldade do coração em bombear sangue para o corpo, o que pode levar à dificuldade em exercer atividades físicas habituais e à perda da qualidade de vida.

Segundo o cardiologista do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, Dr. Rubens Darwich, as principais causas dessa enfermidade são decorrentes de outros problemas que atingem direta ou indiretamente o coração, como pressão arterial mal tratada ou não controlada, sequelas de infarto do miocárdio, alterações nas válvulas cardíacas e doenças virais do músculo do coração.

— Esses fatores são os mais comuns que podem levar à insuficiência cardíaca e por isso é preciso adotar medidas preventivas para evitar o aparecimento dessa enfermidade — afirma Darwich.

A partir dos 40 anos de idade, as doenças do coração tornam-se mais frequentes na maioria da população. Fazer consultas periódicas com um cardiologista e seguir as recomendações médicas é uma maneira de prevenir essas enfermidades e manter a qualidade de vida.

Confira as dicas do especialista para manter o seu coração saudável:

:: Realizar avaliações cardiológicas periodicamente;

:: Fazer check up anualmente, especialmente aqueles que estão no grupo de risco (diabéticos, hipertensos, tabagistas, mulheres pós-menopausa, colesterol elevado);

:: Controlar a pressão arterial e tratá-la com medicamentos, se estiver alta;

:: Fazer dietas balanceadas e reduzir a quantidade de sal nos alimentos;

:: Praticar exercícios físicos regularmente;

:: Se manter no peso ideal;

:: Evitar bebidas alcoólicas;

:: Não fumar;

:: Evitar o estresse.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pesquisa identifica genes defeituosos que predispõem a doenças cardíacas

O estudo publicado na revista especializada Nature Genetics mostra que a influência da maioria desses genes independentemente dos outros fatores de risco já conhecidos

Fonte: Site Zero Hora - 10 de abril de 2011.

Obesidade, hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol elevado e falta de atividades físicas são responsáveis por 60% dos casos de doença arterial coronariana, um mal caracterizado pelo estreitamento dos vasos que irrigam o coração, devido ao acúmulo de gordura no órgão. Quatro em cada 10 pessoas que sofrem do problema, porém, não podem debitar na conta dos maus hábitos o surgimento dessa condição, que, somente no Brasil, provoca mais de 300 mil infartos por ano. Depois de rever diversos estudos, um consórcio internacional de pesquisadores identificou 13 genes defeituosos que predispõem o indivíduo à doença.

O estudo, publicado na revista especializada Nature Genetics, mostra que a influência da maioria desses genes independentemente dos outros fatores de risco já conhecidos. Com a descoberta, cresce para 23 o número de variantes relacionadas à doença arterial coronariana. As 10 previamente identificadas também foram analisadas de novo para verificar se estavam associadas a alguma população específica. Nisso, eles são democráticos, descobriram os pesquisadores. Não há gênero ou etnia mais desfavorecida.

— Esse é um resultado marcante, porque conseguimos identificar tantos genes de uma só vez, e a maioria opera utilizando mecanismos que, até agora, eram completamente desconhecidos — disse Robert Roberts, presidente do Instituto do Coração da Universidade de Ottawa e um dos autores do estudo.

O consórcio de pesquisadores, chamado Cardiogram, estudou cerca de 22 mil pacientes com doença arterial coronariana e outras 60 mil pessoas saudáveis, com o objetivo de encontrar regiões no genoma humano que possam predispor ao mal. Mais de cem instituições de pesquisa participaram do estudo.

— Juntos, levamos a cabo o maior experimento genético no campo das doenças cardiovasculares que já foi realizado no mundo — explicou Heribert Schunkert, um dos coautores do estudo e médico da Universidade de Lübeck, na Alemanha.

O médico acredita que os resultados obtidos trarão novos conhecimentos:

— O que é excitante sobre esse trabalho é que a maior parte dos genes que descobrimos não têm, aparentemente, relação com os fatores de risco mais conhecidos. Conhecer seus mecanismos não apenas vai nos ajudar a entender melhor o processo da doença, mas também poderá levar ao desenvolvimento de novos tratamentos.

Por que é importante

:: A descoberta abre novos caminhos significativos para o desenvolvimento de terapias, além de desvendar complexidades da doença cardíaca.

:: A obesidade, hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol elevado e falta de atividades físicas são responsáveis por 60% dos casos de doença arterial coronariana. O surgimento dessa condição, somente no Brasil, provoca mais de 300 mil infartos por ano.

Luta contra morte súbita

Na corrida por diagnósticos precoces, que podem salvar vidas, um outro estudo, realizado nos Estados Unidos, conseguiu identificar quais as placas de gordura mais suscetíveis a se desprender, provocando infartos e mesmo morte súbita. A pesquisa, chamada Prospect, foi publicada no New England Journal of Medicine.

— Com os resultados, estamos mais perto de sermos capazes de prever e, portanto, impedir a morte súbita, além de outros eventos cardíacos adversos — afirmou na apresentação do artigo Gregg W. Stone, professor de medicina da Universidade de Columbia.

A pesquisa envolveu vários centros de estudo e analisou dados de 700 pacientes com síndrome coronariana aguda. Os voluntários foram submetidos a exames de imagem _ angiografia, ultrassonografia e radiofrequência. Os médicos descobriram que as placas que mais provocam efeitos adversos inesperados são invisíveis na angiografia coronariana, mas podem ser identificadas por um tipo de exame chamado ultrassom intracoronário em escala de cinza. O exame mostrou-se eficaz na detecção dessas placas, o que, de acordo com o artigo, "melhorou significativamente a capacidade de prever futuros problemas adversos" nos pacientes.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ABRASUS visita Associação dos Moradores da Vila Esperança

Fonte: ABRASUS - 7 de abril de 2011.

Representantes da ABRASUS visitaram na última quarta-feira (6), às 14h, a sede da Associação dos Moradores da Vila Esperança. O grupo foi conferir a situação do posto de saúde local — onde não há médico — e o prédio da escola infantil. A visita foi mais uma das ações da ABRASUS, que tem como objetivo defender os direitos dos usuários de Sistemas de Saúde, por meio de assistência jurídica gratuita, vistorias em hospitais e farmácias do Estado, e da promoção de palestras educativas. A Associação dos Moradores da Vila Esperança fica na rua Vereador Eloy Martins, 102, no bairro Humaitá, em Porto Alegre.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Ponto fraco" do HIV abre caminho para vacina

Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, revelam ter encontrado uma região do vírus vulnerável à ação de anticorpos humanos

Fonte: Site Zero Hora - 5 de abril de 2011.

Segundo a mitologia grega, Aquiles era um guerreiro protegido pelos deuses. De acordo com a tradição, ele teria sido mergulhado no Rio Estige, o que teria tornado seu corpo inatingível. O herói só foi derrotado quando seus inimigos descobriram seu único ponto fraco: o calcanhar (a única parte do corpo que teria ficado de fora do mergulho no Estige). Década após década, o vírus HIV tem se comportado como uma espécie de Aquiles. As mais diversas formas de combate à infecção já foram tentadas, sem nunca conseguirem impedir a contaminação pelo vírus causador da Aids, doença que atinge cerca de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo. Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, porém, anunciaram ontem ter descoberto o calcanhar de aquiles do HIV. Segundo os pesquisadores, uma região do vírus conhecida como V3 loop é vulnerável à ação de algumas células do sistema de defesa do organismo. No teste com macacos, 100% dos animais ficaram imunizados depois de ingerirem os anticorpos que agem especificamente nessa região do vírus.

Os pesquisadores suspeitaram que a região poderia ser a chave para o desenvolvimento de uma vacina quando perceberam que, quando o vírus era atacado nesse ponto, não conseguia infectar as células e acabava morrendo. “Nossos colaboradores tinham isolado um anticorpo que foi capaz de se ligar ao V3 loop e foi aí que começamos nossos primeiros experimentos”, conta a pesquisadora de Harvard Ruth Ruprecht, em entrevista ao Correio. “O anticorpo bloqueou totalmente a replicação do HIV nos testes feitos em células em cultura, o que nos deixou animados para prosseguir a pesquisa”, completa a coordenadora do estudo, publicado na edição de abril do periódico especializado PLoS One.

Apesar de ser genericamente chamada apenas de Aids, a doença possui centenas de variações. As variáveis são agrupadas em subtipos, os chamados clados. No estudo americano, foi utilizado o subtipo C. A escolha não foi aleatória. É essa variação da doença a responsável por cerca de 60% dos casos ao redor do mundo, em especial na África subsaariana, onde a doença é endêmica. “Nós já sabiamos que os anticorpos agiriam no tipo AG, pois essa era a variação da doença que o paciente doador dos anticorpos tinha”, conta Ruth. O desafio dos pesquisadores era descobrir se o mesmo efeito ocorreria em outras variantes da doença, condição essencial para o desenvolvimento de uma vacina que seja completamente segura e mais amplamente eficaz.

O segundo passo foi fazer o estudo com cobaias. Foi escolhida uma espécie de macaco asiático, por sua semelhança genética com os humanos. Os pesquisadores injetaram os anticorpos humanos em metade do grupo de animais. Posteriormente, todos os indivíduos foram submetidos ao vírus HIV. Entre aqueles que receberam os anticorpos que agem na região V3 loop, nenhum foi infectado pelo vírus, mesmo se tratando de um clado diferente daquele que o anticorpo foi originalmente produzido para combater — nesse caso, o tipo AGH.

Foi a primeira vez que a contaminação pelo vírus foi barrada em testes com animais. Apesar disso, os pesquisadores recomendam cautela. Um dos problemas encontrados na pesquisa é o baixo período de imunização, pois poucos dias depois das doses de anticorpos os macacos voltaram a ficar desprotegidos contra o HIV. “De qualquer forma, é um grande passo para o desenvolvimento de uma vacina contra a Aids”, opina a pesquisadora americana.

Barreiras

Um dos grandes empecilhos para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus é o caráter mutante da doença. Basta que uma terapia tente combater o HIV que ele sofre uma espécie de mutação, mantendo-se imune à ação do sistema de defesa humana. Essa é uma das razões para os pesquisadores acreditarem que as terapias que miram especificamente a região V3 loop sejam tão promissoras. “Essa é uma região que, independentemente das mutações que o vírus venha a sofrer, permanece intacta. Assim, não há a possibilidade de uma modificação na estrutura do HIV tornar uma vacina desse tipo ineficaz”, explica Fausto Stauffer, virologista e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).

Outra vantagem apontada por Stauffer para a estratégia que mira essa região do vírus é a sua função no momento que o HIV ataca a célula. “A V3 loop integra a superfície do vírus e tem uma função importante no processo de ligação do vírus com a célula humana”, explica o especialista. Assim, se o anticorpo age no momento em que a célula está sendo infectada, ele impede sua contaminação sem causar danos ao corpo humano. “É uma estratégia que não tem efeitos colaterais”, completa o pesquisador.

O próximo passo da pesquisa de Harvard é justamente criar um método de focalizar as respostas do sistema imunológico do corpo no calcanhar de aquiles do vírus. O teste em humanos também deve ser demorado. Diferentemente do que foi feito com as células e com os macacos, não é viável expor intencionalmente pessoas ao vírus. Nesse caso, é preciso usar os anticorpos e monitorar os pacientes durante anos, até obter dados concretos sobre quais foram infectados e quais não. Quanto tempo isso vai demorar? “Essa é uma questão importante e que, infelizmente, ainda é difícil de responder neste momento”, afirma a pesquisadora de Harvard Ruth Ruprecht.

O estudo

Entenda a pesquisa da Universidade de Harvard que encontrou uma região do vírus causador da Aids vulnerável à ação de anticorpos humanos.

» Os pesquisadores já sabiam que um tipo específico de anticorpo, quando atinge uma região do vírus conhecida com V3 loop, consegue destruí-lo, impedindo a contaminação das células.

» O desafio era saber se o mesmo efeito ocorre quando o anticorpo atinge a região V3 loop de outros tipos de vírus. A imensa quantidade de variantes do vírus é um dos empecilhos para a criação de uma vacina contra a doença.

» O primeiro passo da pesquisa foi a produção de um anticorpo monoclonal, ou seja, um preparado de milhões de anticorpos idênticos retirados de um paciente portador do HIV da variante AG da doença.

» Os pesquisadores aplicaram, em laboratório, esses anticorpos em células expostas ao HIV do tipo C, que responde por 60% dos casos do mundo e para o qual os anticorpos não estavam originalmente preparados para combater.

» O resultado foi positivo: quando os anticorpos atacaram a região V3 loop do vírus, eles conseguiram barrar a contaminação das células, mesmo não se tratando do subtipo AG, o que estavam preparados para combater.

» O passo seguinte foi realizar o mesmo procedimento em cobaias. Um grupo de macacos asiáticos, após receberem doses de anticorpos, foram expostos ao vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Símia, uma variação do HIV que infecta macacos. O vírus possui V3 loops semelhantes aos contidos no HIV humano.

» Nenhum dos macacos que recebeu a dose de anticorpos foi contaminado pela Aids símia. Os macacos que não receberam os anticorpos, por sua vez, viveram uma situação inversa: todos contraíram o HIV.

Fonte Original: Correio Braziliense

terça-feira, 5 de abril de 2011

Células-tronco da tuba-uterina são esperança para reconstrução óssea

Novas fontes de cura estão sendo estudadas por pesquisadores da USP

Fonte: Site Zero Hora - 4 de abril de 2011.

Apenas três anos se passaram desde que uma das equipes de cientistas do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (Cegh/USP) provou para o mundo, pela primeira vez, que a tuba uterina (antigamente chamada de trompa de Falópio) era uma fonte rica de células-tronco adultas mesenquimais (que podem se transformar em outros tecidos). Agora, no começo de 2011, a mesma equipe — liderada pelas geneticistas Maria Rita Passos-Bueno e Mayana Zatz e pela bióloga e doutora em ciências Tatiana Jazedje Costa e Silva — confirmou que esse tipo de material é capaz de reconstruir cartilagens, ossos e músculos lesionados do crânio de camundongos.

O próximo passo da pesquisa é tentar regenerar — inicialmente, também em animais — a tuba uterina, adianta Tatiana. Atualmente, ela se debruça sobre a compreensão dos segredos celulares do aparelho reprodutor feminino.

— Acreditamos que as células-tronco de tuba uterina têm um papel importante para a manutenção do ambiente ideal para a fecundação e o desenvolvimento do embrião em fase inicial, até cinco dias antes da descida ao útero — explica, referindo-se ao aprofundamento das pesquisas que relacionam infertilidade feminina a células-tronco da tuba.

Segundo ela, por enquanto, isso é uma hipótese. O que intriga a bióloga e sua equipe é saber por que a tuba uterina é tão rica nessas células.

Outro campo de ação do Cegh é a busca de correção de distrofias musculares, por enquanto em bichos, comenta Mayana Zatz, que coleciona várias e promissoras frentes de estudos nos laboratórios do centro — a maioria nas áreas de terapia celular, biologia molecular e de medicina regenerativa.

— Quando se fala em regeneração óssea ou muscular, temos alcançado resultados muito bons e bastante animadores — admite a pesquisadora.

Mas ela pondera quanto à necessidade de se ter cautela ao tratar o tema:

— Tudo isso provoca muita esperança, é claro, mas temos de situar a parte prática dos estudos exclusivamente em animais, neste momento, embora possamos pensar em testes em humanos num futuro breve.

Nos experimentos do grupo de Mayana Zatz também foram usados moldes que servem de suporte para as células-tronco se fixarem antes de serem aplicadas nos modelos animais e que auxiliam no processo de ossificação. O próximo passo da pesquisa é submeter o trabalho à aprovação dos órgãos de regulamentação, como o Conselho Nacional de Ética em Pesquisas (Conep), para poder iniciar testes em pessoas.

Esperança contra osteoporose

Uma das linhas de abordagem da pesquisa com células-tronco para regeneração óssea (e muscular) foi exatamente testar várias fontes de células-tronco com elevado poder de diferenciação, retiradas do próprio organismo, capazes de acelerar a reconstrução de ossos que sofreram alguma fratura ou malformação, como ocorre com bebês que nascem com alterações craniofaciais.

— A técnica pretende assegurar eficiência também no tratamento de doenças como a osteoporose, que causa a perda de massa óssea e aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas — diz Mayana Zatz.

Entre as fontes de extração de células-tronco para cultivo e teste com animais, foram escolhidas polpa de dente de leite, tecido adiposo — descartado em cirurgias de lipoaspiração, por exemplo —, tecido muscular de lábio leporino e de tubas uterinas.

—A vantagem dessa descoberta é que, como a osteoporose atinge majoritariamente as mulheres idosas, devido a perdas hormonais, poderemos regenerar osso fraturado com recursos do próprio paciente —diz Mayana Zatz.

Postagens Populares

Arquivo do blog

3º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2012

Abaixo, fotos do 3º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2012.



PALESTRA "TUBERCULOSE, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS"

PALESTRA "TUBERCULOSE, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS"

PALESTRA "FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA"

PALESTRA "FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA"

2º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2011

Abaixo, fotos do 2º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2011.

PALESTRA "CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, TRATAMENTOS E DEPOIMENTOS"

PALESTRA "CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO, TRATAMENTOS E DEPOIMENTOS"

PALESTRA "FRAGILIDADE NA TERCEIRA IDADE"

PALESTRA "FRAGILIDADE NA TERCEIRA IDADE"

PALESTRA “DIABETE E SEXUALIDADE”

PALESTRA “DIABETE E SEXUALIDADE”
Evento realizado em 27 de outubro de 2011.

PALESTRA "CENTROS DE REFERÊNCIAS PARA DOENÇAS REUMATOLÓGICAS NO SISTEMA PÚBLICO"

PALESTRA "CENTROS DE REFERÊNCIAS PARA DOENÇAS REUMATOLÓGICAS NO SISTEMA PÚBLICO"
Evento realizado em 28 de setembro de 2011.

PALESTRA “HEPATITES”

PALESTRA “HEPATITES”
Evento realizado em 17 de junho de 2011.

Palestra "A Importância do Exercício Físico Para a Qualidade de Vida"

Palestra "A Importância do Exercício Físico Para a Qualidade de Vida"
Evento realizado em 7 de abril de 2011.

1º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2009-2010

Abaixo, fotos do 1º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2009-2010.

Palestra ABRASUS - O que "É" e O que "FAZ"

Palestra ABRASUS - O que "É" e O que "FAZ"
Último evento do 1º Ciclo de Palestras da ABRASUS 2009-2010, realizado em 25 de novembro de 2010.

Palestra "Atribuições da Defensoria Pública da União"

Palestra "Atribuições da Defensoria Pública da União"
Evento realizado em 30 de setembro de 2010.

Palestra "Fumo: As Razões da Abstinência"

Palestra "Fumo: As Razões da Abstinência"
Evento realizado em 5 de agosto de 2010.

Palestra "Proteja-se Contra o Câncer"

Palestra "Proteja-se Contra o Câncer"
Evento realizado em 27 de maio de 2010.

Palestra "Assistência à Saúde Mental Pelo SUS"

Palestra "Assistência à Saúde Mental Pelo SUS"
Evento realizado em 25 de março de 2010.

Palestra "Cuidadores de Idosos"

Palestra "Cuidadores de Idosos"
Evento realizado em 19 de novembro de 2009.

Mais Eventos

Abaixo, fotos de outros eventos realizados pela Abrasus e eventos que contaram com a participação da Entidade.

ABRASUS em nova sede

ABRASUS em nova sede
Evento realizado em 25 de maio de 2009.

Iara Trovão - Presidente à época - apresentando a Associação.

Entrevista com o Vereador Reginaldo Pujol.

Entrevista com Ivo Fortes - Conselheiro Suplente da ABRASUS.

ABRASUS vai a Natal - RN em dez/2008

ABRASUS vai a Natal - RN em dez/2008
Reunião com Associações congêneres no Hospital Psquiátrico Prof. Severino Lopes.

Iara Trovão - Presidente à época - apresentando a Abrasus.

Público que prestigiou o evento.

Dra. Rosane Rempel apresentando o Jurídico da Abrasus.

Presidente do Sindisaúde de Natal comentando sobre o evento.