Em ambientes hospitalares, a cândida é um risco para pessoas com o sistema imunológico debilitado
Fonte: Site Zero Hora - 6 de setembro de 2011.
Um fungo que representa grande ameaça a pacientes internados em hospitais pode ter uma fraqueza escondida, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira, que reforça a habilidade dele em aderir ao tecido humano.
A Candida albicans é comum no organismo humano, mas normalmente não acarreta maiores problemas de saúde, além de infecções vaginais e bucais.
Em ambientes hospitalares, porém, a cândida é um risco para pessoas doentes ou indivíduos com o sistema imunológico debilitado por câncer, HIV ou transplante.
Ela é responsável por uma a cada quatro infecções hospitalares, frequentemente transmitida por objetos plásticos implantados no corpo, como catéteres, articulações prostéticas ou equipamentos cardíacos. Nos casos mais severos, quase a metade dos infectados morre.
Além disso, a cândida é um inimigo sorrateiro, capaz de mudar a estrutura de sua parede celular de forma a ludibriar novos medicamentos.
A mais recente pesquisa, publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), chama a atenção para algo promissor: o mecanismo que o fungo usa para aderir às células humanas e colonizá-las se deve ao minúsculo segmento de uma proteína chamada Als adesina.
— As proteínas als adesina dão ao fungo a habilidade de florescer no corpo humano, o que o torna agente de infecções tão perigosas — explicou Ernesto Cota, biólogo médico do Imperial College, de Londres.
O próximo passo é testar complexos experimentais em amostras de laboratório do fungo para ver se bloqueará sua ação aderente.