Atividades devem ser prejudicadas nas instituições sanitárias
Fonte: Site Zero Hora - 23 de agosto de 2011.
Servidores municipais, além de estaduais e federais municipalizados, irão paralisar as atividades por tempo indeterminado, reivindicando carga horária de 30 horas a partir desta terça-feira em Porto Alegre. A greve envolve técnicos e profissionais como psicólogos, enfermeiros, odontologistas, nutricionistas e fisioterapeutas, entre outros.
Os médicos não cruzarão os braços. No entanto, mesmo as atividades deles deverão ficar comprometidas, já que não poderão contar com o apoio de outros profissionais em serviços como a realização de exames, por exemplo.
Os usuários do SUS que utilizam os postos de saúde deverão ser os mais prejudicados. Isso porque, ao contrário dos hospitais e dos pronto-atendimentos, os postos não deverão contar com efetivo mínimo de 30%, de acordo com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa).
A diretora-geral do Simpa, Carmen Padilha, explica a questão da carga horária dos servidores em Porto Alegre:
— Já foi aprovado em conferência nacional, estadual e municipal que o mais adequado aos trabalhadores da saúde é atuar 30 horas semanais, em função das próprias condições de trabalho. O governo do prefeito José Fortunati revogou essa instrução normativa e está obrigando o pessoal a fazer 40 horas. Quem ficar com as 30 horas vai perder o regime de tempo integral, que é mais ou menos 50% do salário. Isso deixou o pessoal indignado.
O secretário da Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli, relaciona a paralisação dos funcionários à implantação do ponto eletrônico. Para ele, haverá pouca participação na manifestação:
— Acho que a adesão à greve não deverá ser importante porque ela não se sustenta. Os servidores estão solicitando algo que eles já têm, que são as 30 horas. Então, certamente a greve está muito mais vinculada ao fato de nós estarmos instalando o ponto eletrônico de efetividade, quando a cobrança de carga horária se torna algo concreto — afirmou.
Quanto a melhorias à carreira, o secretário ressaltou a possibilidade de implantação de um incentivo de produtividade por equipe. Esse benefício resultaria em um aumento de 50% nos salários, disse Casartelli. O projeto deverá ser apresentado hoje na Câmara de Vereadores.