Instituto Nacional do Câncer divulgou diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho
Fonte: Site Zero Hora - 30 de abril de 2012.
Conforme dados divulgados na manhã desta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil poderá registrar 20 mil novos casos de câncer associados ao trabalho em 2012. O Inca estima que, no geral, 520 mil novos casos de câncer serão diagnosticados este ano. Um levantamento do instituto relacionou 19 tipos de tumor ligados à ocupação e ao ambiente de trabalho, entre eles os de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga, mama e leucemias.
Trabalhadores de algumas profissões, como as de cabeleireiro, piloto de avião, comissário de bordo, farmacêutico, químico e enfermeiros são mais propensos ao desenvolvimento desses tumores, conforme o levantamento. Além das substâncias mais comumente associadas ao desenvolvimento de tumores, como o amianto (ou asbesto), classificada pela Organização Mundial da Saúde como cancerígena para humanos desde 1987, produtos aparentemente inofensivos, como poeiras de cereais, de madeira e de couro, e até mesmo medicamentos (os antineoplásicos) podem provocar câncer.
Para facilitar a identificação da causalidade de determinados tipos de câncer por agentes específicos e levar a políticas públicas de revisão dos ambientes de trabalho insalubres, o Inca lançou diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. O documento surgiu a partir de uma demanda do Ministério da Saúde, que identificou a inexistência de material específico sobre saúde do trabalhador e câncer.
O objetivo é oferecer aos profissionais de saúde subsídios, por meio de orientações técnicas e epidemiológicas, para buscar na história pessoal e profissional do paciente, informações ou indícios de contato com compostos potencialmente cancerígenos no ambiente ou no processo de trabalho.